Os alunos homenageados Vinicius, Ana Beatriz e Syane, com familiares e equipe da escola. Da esquerda para a direita, a diretora Simone Nery

Os alunos Vinicius da Silva Brito, Ana Beatriz Sá Neri e Syane Barbosa de Oliveira, crianças com Down, receberam uma homenagem da Escola Municipalizada Carlos Santana, nesta segunda-feira (25). O evento envolveu toda a escola que os recepcionou com aplausos e música. A iniciativa foi pensada a partir do Dia Internacional da Síndrome de Down, em 21 de março, com o intuito de combater a invisibilidade das pessoas com Síndrome de Down ou com trissomia do cromossomo 21.

“Nossa escola já vem na luta junto com o município pela inclusão escolar há um tempo, estando a sala multifuncional próxima de ser inaugurada. Atualmente, temos mais de 30 alunos com laudos, sendo três com Síndrome de Down”, contou a diretora Simone Nery. Ela também frisou a importância da luta diária pela inclusão escolar: “Todo dia temos que descobrir algo novo, estudar; o professor volta a pesquisar. Não dá para a escola continuar sendo a mesma, especialmente em função da diversidade que é ainda maior com aluno de inclusão”.

De acordo com Simone, no caso da Síndrome de Down, a área mais comprometida é a da linguagem. “Eles têm dificuldade na fala, um pouquinho de atraso na aquisição de oralidade e, mais tarde, um pouco mais de dificuldade na aquisição de escrita. Isso tem nos desafiado a cada dia a nos tornarmos uma escola melhor”. Além da SRM a ser inaugurada, a diretora informou que a Smed já enviou para a unidade dois professores especializados em Atendimento Educacional Especializado (AEE); além disso, a unidade também conta com auxiliares de vida escolar que constantemente passam por formações.

Toda a escola recebeu os 3 colegas com Síndrome de Down com um corredor de aplausos e uma música

O professor da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), Alisson Roberto Seles Sá, disse que homenagens como essa trazem para escola o processo de inclusão de uma forma mais latente. “Percebemos que os alunos respeitam a diversidade, mas não conseguem realizar atividades de rotina para incluir esses meninos dentro das rodas de conversas, no próprio intervalo da escola ou dentro da sala de aula. Então, a ideia surgiu assim, por meio da observação do espaço escolar”. Para ele, a SRM vem para potencializar, de forma mais direta, as habilidades que os professores já trabalham em sala de aula.

Iraíldes, primeira da esquerda para direita, com a filha Syane e o Professor Alisson

A dona de casa Iraíldes Barbosa de Oliveira, mãe da homenageada Syane Barbosa de Oliveira, afirmou que a escola é parte fundamental para as crianças com deficiência. “É uma luta constante que nós vivemos em busca dessa prioridade. São crianças que têm necessidade de um aprendizado, de um relacionamento com outras crianças; que são capazes, inteligentes. A partir do momento que você tem uma pessoa para orientar, como cuidador e professor, além da escola em si abraçar a causa e dar essa força, é fundamental. Gratidão! Syane hoje está com 17 anos, tem aprendido muito e tem interagido com outras crianças”, conta.