Na manhã desta sexta-feira (24), a Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, participou de sessão especial promovida pela Câmara de Vereadores sobre a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher: Viver é Mais Importante que Permanecer”.

A secretária municipal de Políticas para Mulheres, Viviane Ferreira, destacou que a campanha dos 21 Dias de Ativismo é voltada para meninas e mulheres, sendo importante falar sobre a violação de vulneráveis. “O nosso município ainda tem um número muito grande de estupro de vulneráveis. Nossas meninas também estão atreladas à campanha porque a gente precisa pensar nessas crianças e ter um olhar para essas famílias”, comentou.

A gestão municipal, que tem à frente a prefeita Sheila Lemos, tem a valorização feminina como um dos marcos, a exemplo da criação de uma secretaria voltada exclusivamente para mulheres e do projeto de construção do Centro Especializado de Apoio à Mulher e à Infância (Ceami). “Apenas no governo de uma prefeita mulher nós estamos tendo várias conquistas e elaborando políticas pensadas, sobretudo, para as mulheres”, afirmou a secretária.

De acordo com a vereadora Márcia Viviane, autora da sessão, trazer essa discussão para a Casa Legislativa é muito importante, porque a campanha foi iniciada no Dia da Consciência Negra, o que chama a atenção para a dupla vulnerabilidade da mulher negra. Conforme ressaltou, nos últimos 10 anos, o Senado fez uma pesquisa com 21 mil mulheres e identificou que a mulher violentada tem cor, faixa etária e baixa escolaridade. “As maiores vítimas de violência contra a mulher são as mulheres negras, seguida de mulheres com baixa escolaridade e renda de até dois salários mínimos”, comentou. Além disso, a parlamentar afirmou que os 21 Dias de Ativismo são essenciais para sensibilizar a sociedade.

A presidente da OAB subseção Vitória da Conquista, Luciana Silva, enfatizou que a a campanha mundial pelo fim da violência contra a mulher conta com apenas 16 dias de ativismo, e o Brasil adotou 21 dias para incluir a questão racial, porque as negras são as maiores vitimadas. Além disso, Luciana falou sobre as mudanças positivas nessa luta, como a criação da Secretaria de Política para Mulheres e o atendimento de mulheres transsexuais na Deam. “Ainda tem muita a ser conquistado, mas queremos viver tempos melhores”.

A delegada da Deam, Cristie Correia, falou sobre o “gaslighting”, a manipulação sofrida por muitas mulheres que passam a duvidar dos seus pensamentos e a compreensão da própria realidade. Segundo a delegada, essa violação não é praticada apenas por outras gerações, está sendo efetuada também pelos adolescentes. “Nossos adolescentes também estão com esse comportamento abusivo. Não devemos apenas direcionar nossa consciencialização a homens, temos que direcionar para as nossas crianças e fortalecer as mulheres”, declarou.

Segundo a presidente da União das Mulheres de Vitória da Conquista, Lídia Rodrigues, ainda há muitos desafios no enfrentamento à violência contra a mulher. Conforme afirmou, grande parte dessa violência acontece durante a noite e aos finais de semana, quando os agressores estão em casa, por isso, é importante que a Deam também funcione nesses períodos de maiores agressões.

Também participaram da sessão a Presidente da Comissão da Mulher da OAB e da Mulher Advogada, Sâmala Santos, a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Maria Tereza Morais, e os vereadores Alexandre Xandó e Edivaldo Ferreira Júnior.