Nesta sexta-feira (28), a Secretaria Municipal de Educação (Smed), por meio da Coordenação de Educação Especial do Núcleo Pedagógico, promoveu uma capacitação em musicoterapia para os professores das Salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). O tema “O Aprender Musical – A música como ferramenta para a estimulação e aquisição de habilidades para o desenvolvimento humano” foi trabalhado de forma teórica e prática à alfabetização, organização, lateralidade, consciência corporal, movimento, percepção, coordenação motora, lateralidade, noção espacial, atenção e concentração.

O musicoterapêuta Wagner Brito, responsável pela capacitação, falou do trabalho com música em sala de aula. “Eu tenho feito formações em todo o Brasil justamente com o objetivo de mostrar como a música pode ser utilizada como ferramenta para o desenvolvimento humano, independente desse conhecimento técnico do profissional. Apresento algumas atividades que podem ser realizadas em sala de aula, com alunos especiais, e como a música vai ser essa ferramenta para estimulação, interação, para promover o aprendizado e, com certeza, a socialização, comunicação e melhorar essa relação de bem-estar, esse momento em que as crianças passam na escola, essa relação com os professores e com os colegas”.

A coordenadora Gilnúbia Mendes da Silva disse que o conteúdo apresentado por Wagner Brito será significativo para o trabalho nas salas de AEE. “As contribuições que ele fará aqui certamente serão de extrema-valia para os nossos profissionais”. Ela acrescentou que a rede tem alunos que, diante da dificuldade de aprendizagem, em virtude da deficiência, não aprenderam a ler, mas aprendem músicas. “Ele canta, dança, aprende a letra da música toda. Nós já sabemos que a música é um diferencial, por isso, o grande interesse em trazê-lo para trabalhar conosco um pouquinho desse algo lindo que é a música no trabalhar a pessoa com deficiência”.

Gerente da Central de Interpretação de Libras (CIL), Jaqueline França explicou que a musicoterapia também pode ser aplicada ao surdo. “Temos que trabalhar com a criança surda todas as suas habilidades e a musicalização não pode ser impedida na vida dessa pessoa. Ela precisa também reconhecer os sentidos, um significado dos ritmos, sentir as vibrações. Através dessa aprendizagem ele vai sendo inserido na nossa sociedade, de forma mais inclusiva, para que possa participar da arte e da cultura”. Ela acrescenta que é uma aprendizagem da qual o surdo não pode ficar de fora. “Porque apesar de não ouvir, ele observa através da visualização, as expressões faciais, as vezes corporais e as vibrações. Ele sente as vibrações das músicas e com isso ele consegue, através desses mecanismos de sentido, interagir com a sociedade a entender como é esse contexto”.