Mediar conflitos entre alunos, pais e professores como forma de pacificar e democratizar a escola é o principal objetivo do Núcleo de Pacificação de Conflitos, programa que está sendo desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), na Escola Marlene Flores, no bairro Lagoa das Flores. Nesse sentido, foi promovida uma conversa com os pais, na quarta-feira (27), para que eles possam fazer parte da sequência de ações de prevenção às violências e conflitos sob a perspectiva da justiça restaurativa.

O projeto acontece em parceria com o Conselho Tutelar e com o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica). Segundo a coordenadora do Núcleo, e articuladora do Selo Unicef, Polímnia Cassimiro, é importante que alunos, pais e profissionais da educação tenham ciência do papel do Conselho Tutelar e também do Comdica, assim como é necessário levar informações acerca de como essas atividades buscam trabalhar a questão do autoconhecimento e do cuidado com o aluno.

A coordenadora explicou que nos encontros são trabalhados círculos restaurativos e técnicas de pacificação, dando espaço de fala para o aluno, além de levar para ele conhecimentos sobre a legislação no que diz respeito a direitos e deveres. “É uma ação que educa, previne e que de alguma maneira trabalha com a intervenção diante de situações de conflitos que aconteceram ou acontecem dentro da escola”.

Para o diretor da unidade, Miquéias Lima Meira, a principal finalidade da escola enquanto instituição é ensinar, porém existem diversos fatores que interferem e dificultam a aprendizagem e, consequentemente, o sucesso educativo. “Compreendendo a escola como um espaço de interação social, sabemos que os conflitos entre os diversos atores que compõem o ambiente escolar, principalmente entre alunos, são inevitáveis”.

Ele acrescenta que a escola sozinha não dá conta do enfrentamento de toda essa realidade, precisa de uma rede de apoio na qual destaca a atuação do Núcleo de Pacificação da Smed. “Vem auxiliando bastante a nossa escola com o desenvolvimento de atividades concretas com os alunos, como os Círculos Restaurativos com algumas turmas, e mobilizado também órgãos como o Conselho Tutelar e Comdica para ações com as famílias da nossa comunidade escolar, parte fundamental desse processo. Ações como essas contribuem para o fortalecimento do diálogo, do respeito e da co-responsabilização de todos os envolvidos nos problemas e conflitos da escola. Isso faz parte do processo de se educar para a cidadania”.

Ações – O círculo restaurativo na escola contou com a presença voluntária do facilitador Fernando Brito, que trabalhou questões como autoconsciência, autorresponsabilização da cultura de paz e comunicação não violenta. Na próxima ação do projeto na escola Marlene Flores, o trabalho contará com a participação da Guarda Municipal.