Cultura
Postado em 10 de maio de 2013 as 23:00:49
Mais de 4 mil pessoas se reuniram para ouvir as histórias e as opiniões do autor do “Auto da Compadecida”
Não havia mesmo como ser diferente durante a conferência de abertura do Festival da Juventude – Ano II. Ao final de cada história contada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, palmas e gargalhadas ecoavam por todo o espaço interno do Centro de Convenções Divaldo Franco. Em Vitória da Conquista, diante de uma plateia formada por mais de 4 mil pessoas, na maioria jovens, Ariano cumpriu mais uma etapa da “missão” da qual, segundo ele, o próprio povo brasileiro lhe incumbiu: defender arduamente o que ele considera a genuína cultura nacional.
E foi isso o que o convidado fez. Após acompanhar a apresentação musical com canções do universo sertanejo, Ariano foi convidado por um conterrâneo, o poeta Onildo Barbosa, a subir ao palco. Aparentemente à vontade, o autor do “Auto da Compadecida” divertiu o público e, ao mesmo tempo, fez questão de transmitir sua mensagem. Nada muito diferente do que ele faz desde que se tornou professor, antes de completar 20 anos.
Professor – “Comecei a ser professor aos dezessete anos, e não posso dizer que parei. É convite que recebo por todo canto”, disse, logo no início da conferência. Foi, na verdade, uma aula-espetáculo, em que tratou de vários assuntos ligados por um elemento em comum: a cultura brasileira.
“A cultura é uma coisa muito importante para um país e para um povo. Se abrirmos mão dela, poderemos perder, inclusive, nossa independência”, explicou Ariano, conhecido por admiradores – e também por críticos – pela forma como combate o que considera a “homogeneização” da cultura popular.
‘Missão’ – Ao fim da conferência, o escritor foi aplaudido de pé. A ênfase dos aplausos finais foi semelhante à dos que se ouviram na abertura. Ariano aproveitou para dar mais um recado. “Dei aula a minha vida toda, e sempre me dei muito bem com meus alunos. Quero continuar a ter contato com o público, especialmente com os jovens”, disse. Afinal, “foi o povo de meu país que me encarregou dessa missão”. [nggallery id=48]