Desenvolvimento Social
Postado em 16 de maio de 2021 as 09:40:34
Com o objetivo de adequar o atendimento às pessoas trans nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), o Centro de Integrado de Direitos Humanos (CIDH) realizou, na tarde desta quinta-feira (13), uma oficina com os profissionais do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD III), com o tema “Qualificando o diálogo para o cuidado”.
A atividade propôs um momento de atualização dos profissionais, que perceberam a necessidade de qualificar o diálogo com ex-usuários que estavam inativos no tratamento e retornaram redesignados na sua identidade sexual, além de mais pessoas transsexuais estarem buscando o serviço para o cuidado especializado.
O coordenador do CIDH, José Mário Barbosa, pontuou que, em Vitória da Conquista, 48 pessoas já passaram pelo processo de mudança de sexo. “Elas já chegam ao serviço apresentando o seu documento original. Isso já ajuda bastante porque ela tem a sua identidade, a vida sendo resgatada. Essa população precisa ser atendida da forma adequada, mas sem que a equipe se sinta constrangida de como abordar. Essa oficina é para entender os sinais e a linguagem, para que essa pessoa assistida ao chegar nesta unidade, se sinta bem acolhida enquanto cidadã ou cidadão”.
De acordo com a gerente do Caps AD III, Aracely Schettini, a busca pelo serviço “reflete também no sofrimento dessas pessoas, principalmente das repercussões do processo de homofobia, do sofrimento em transitar pela sociedade, e não se verem acolhidas nas suas singularidades e identidades. Então isso acaba repercutindo e retroalimentando essa relação com as substâncias como um caminho para tentar manejar essa dor e esse sentimento de readequação”, explica a gerente.
A coordenação do Centro Integrado de Direitos Humanos planeja levar a oficina para outros serviços da RAPS, como os Cras, Creas e demais Caps, para que as equipes sejam inseridas e qualificadas a entender as novas políticas e oferecer um atendimento eficaz e apropriado a essas pessoas.