Em tempos de crise, gerada pela pandemia da Covid-19 que se dissemina com velocidade, é necessário estar munido de conhecimento baseado em análises, processos e entendimentos dos números que também mudam a todo instante. Isso permite conhecer o cenário epidemiológico, estimar o impacto causado pela doença e projetar a situação para os próximos meses.

Por isso, a Prefeitura conta com uma equipe de bioestatísticos para analisar os dados de monitoramento, crescimento de novos casos, bem como a taxa de ocupação dos leitos em Conquista. Os dados gráficos ajudam a esclarecer a situação e informar a população de forma transparente. Além disso, eles são apresentados semanalmente nas reuniões do Comitê de Representação Civil e Institucional para tomada de decisões.

A Covid-19 é uma doença acumulativa de ciclo médio de 14 dias e, uma vez diagnosticado, o paciente não sai da lista de confirmados. Sendo assim, esse número sempre será progressivo e a taxa de crescimento de novos casos é calculada diariamente, sempre levando em consideração a comparação dos números de hoje em relação aos do dia anterior, calculando a diferença em porcentagem, como explica o bioestatístico Stênio Duarte: “Vamos supor que ontem tivessem 100 casos e hoje são 110, então esse número subiu 10%. Mas se ontem fossem 200 casos e hoje 210, continuou subindo 10 casos, mas o crescimento é de 5%. Ou seja, a minha quantidade de crescimento é determinada por quanto eu tinha antes”.

Em Conquista, é possível observar que – apesar do quantitativo parecer grande de um mês ou de uma semana para outra – comparando com o dia anterior, a taxa de crescimento vem diminuindo dia a dia. Nos gráficos verifica-se essa diminuição diária, apesar de apresentar alguns picos que são justificados pela busca ativa de pacientes notificados nos meses anteriores, ações de drives-thru com testagem rápida, além de hospitais e instituições que também estão fazendo seus testes rápidos.

Se o percentual diário começar a ficar alto, apontando um crescimento expressivo no número de novos casos, isso vai mostrar que o vírus está em alta transmissibilidade no território e serão necessárias novas medidas de controle.

Quanto à taxa de ocupação de leitos, ela é feita verificando a porcentagem das vagas de leitos disponíveis em relação aos leitos ocupados, com dados de ocupação geral e por tipo de leito. Hoje, o município conta com 86 leitos da rede SUS apenas para o tratamento de pacientes diagnosticados ou com suspeita de Covid-19, sendo 46 leitos clínicos e 40 leitos de UTI. Os demais leitos existentes no município para atender outras demandas de saúde não entram no percentual.

Até o momento, os indicativos dos gráficos mostram que os picos de ocupação de leitos, tanto clínicos quanto de UTI, foram justificados pela internação de pacientes transferidos de outros municípios. Por outro lado, apesar do avanço nas fases da flexibilização do comércio, houve um crescimento pouco significativo na ocupação de leitos pela população conquistense.

A variação para mais ou para menos dessas taxas está relacionada diretamente à ação humana, individual ou coletiva; especialmente do isolamento social e da adoção de medidas de higiene e proteção rígidas para evitar a transmissão.