A equipe encaminha as pessoas em situação de rua para serviços sociais e de saúde mental

Visível – é assim que se sente C.C.M de 42 anos. Em situação de rua desde os sete anos de idade, ele relata que a não visibilidade nos serviços de saúde mudou com o Consultório na Rua (CnaR) – ação que integra a Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde.

“Este serviço é prioridade, é significante para esse povo, porque há pouco tempo nós chegávamos a um posto de saúde e não éramos atendidos por não ter um comprovante de residência ou por talvez não ter um documento. O Consultório na Rua faz esse intercâmbio entre a gente e o posto médico”, comenta C.C.M.

Abordado pela equipe do CnaR, C.C.M foi diagnosticado com hepatite B e atualmente recebe o tratamento: “Logo, logo que eles souberam disso, eles me deram todo o apoio que eu precisava e a lei manda. E pela luta desses profissionais capacitados e carinhosos, hoje faço dois tratamentos dignos do ser humano”, conta C.C.M, que há menos de um ano vive em Vitória da Conquista.

O Consultório na Rua é a porta de entrada aos serviços de saúde, desenvolvendo ações preventivas e de atenção integral aos diferentes problemas e necessidades de saúde da população em situação de rua. O serviço funciona na modalidade II, sendo composto por uma equipe multidisciplinar com 07 profissionais: 01 enfermeira, 01 técnico de enfermagem, 01 assistente social, 01 psicóloga, 01 mobilizador social e 02 técnicas de saúde bucal.

A equipe realiza abordagens individuais e coletivas; realiza curativos, planejamento familiar, vacinação, aplicação de contraceptivo e medicação, entrega de medicação; e acompanha as pessoas até as unidades básicas de saúde. Cerca de 270 usuários já foram acompanhados pelo CnaR, sendo 205 do sexo masculino e 64 do sexo feminino. Atualmente, 108 usuários estão ativos.

“Por ser uma equipe multiprofissional, trabalhamos também encaminhando esse público para os outros serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A maior demanda social é em relação à documentação. Encaminhamos também para o cadastramento em programas sociais”, explica a assistente social Glícia Kelley Ribeiro.