Num país com diferentes crenças é preciso lembrar diariamente da busca pelo respeito e pelo combate à intolerância religiosa. O dia 21 de janeiro é marcado em todo território nacional por luta e resistência, a data lembra o dia do falecimento da Ialorixá Mãe Gilda, a sacerdotisa que foi caluniada de charlatanismo e teve pessoas da sua comunidade agredida.

A comunidade conquistense pôde participar de um momento de reflexão onde o principal objetivo é mostrar para as pessoas que o Brasil é um estado laico e a intolerância religiosa em pleno século XXI, juntamente com o preconceito contra as religiões de matrizes africanas, não devem permanecer.

Simbolizando um abraço pela paz, no domingo (20), os troncos das árvores da Praça Tancredo Neves foram enlaçados com panos brancos, um gesto que simbolizou também humildade e coragem. Na segunda (21), na Praça Nove de Novembro, aconteceu um ato público que contou com o compasso e as batidas por conta da banda percussionista Ogum Xoroquê.

Para o Coordenador de Igualdade racial, Beto Gonçalves, o ato do dia 21 de janeiro é importante porque reforça o valor do respeito numa sociedade mista de religiões: “A intolerância religiosa é algo que deve ser combatido dia após dia, é preciso lutar e resistir, visto que as pessoas que frequentam as religiões de matrizes africanas são as mais perseguidas. Me sinto extremamente feliz em dizer que o governo não mede esforços para atender às demandas do povo de Santo da nossa região’’, conclui Beto.

A Presidente da Rede Caminhos dos Búzios, Graça Alves, afirma que enquanto corpo do povo de Santo, sente uma extrema importância em participar do ato que marca essa busca por respeito: “O povo de Santo sempre foi um povo muito marginalizado, essa data acaba dando condição para que a gente mostre este nosso problema para que a gente possa trazer mais visibilidade para as discriminações que a gente sofre diariamente’’, pontua Graça.