Cultura
Postado em 1 de novembro de 2018 as 17:07:06
Uma programação cultural diversificada acontece nesta semana em Vitória da Conquista, que celebra seus 178 anos no próximo dia 9 de Novembro. Nesta segunda-feira (5), três escritoras lançam suas obras na Casa Memorial Governador Régis Pacheco: as historiadoras Ana Palmira Casimiro e Isnara Ivo e a atriz Ingra Lyberato, que participa como convidada especial.
O evento acontece às 18h, na Praça Tancredo Neves, com entrada gratuita. Confira a sinopse dos livros:
O Anjo da Morte contra o Santo Lenho, de Isnara Ivo
Trata-se de um estudo de história política que objetiva mostrar como os chefes locais da Imperial Vila da Vitória, atual Município de Vitória da Conquista, investiram-se do poder desde o processo de reocupação da região e de constituição do município. Desde o contacto com os autóctones, até a implantação dos órgãos da administração local, os grupos privados, no comando destes postos, fizeram da violência e dos desmandos os fundamentos da política local, que culminaram na “Tragédia do Tamanduá”, um caso sangrento de lutas de famílias que abalou o sertão da Bahia no século XIX. Segunda edição revista e atualizada.
A Procissão de Cinzas dos Terceiros Franciscanos da Bahia, de Ana Palmira Casimiro
É sabido que no processo de conquista colonial a Igreja Católica exerceu, no Brasil, papel fundamental. Decifrar o emaranhado histórico-cultural no qual a religião se tornou poderoso instrumento de dominação é o objeto maior da autora do presente trabalho. Mas, o percurso a ser seguido é original, com um tratamento relacional que se dá à arte, à mentalidade e à religião. O tempo histórico é de meados do século XVII ao último quarto do XVIII.
O Medo do Sucesso, de Ingra Lyberato
Quando chegou ao Rio de Janeiro em 1989, a jovem bailarina baiana Ingra Lyberato pretendia apenas passar uma temporada. Porém, acabou participando de uma oficina de atores da Rede Globo, e o que era para ser uma estadia de férias prolongou-se indefinidamente. A bela e irrequieta morena participou da telenovela Tieta e em seguida foi selecionada para Pantanal, que se tornaria um fenômeno televisivo e inauguraria uma nova forma de se fazer telenovela no Brasil. Com Jayme Monjardim, com quem se casara, participou da criação de A história de Ana Raio e Zé Trovão, que explorava o mundo dos rodeios e deixava em evidência as diversas regiões com suas riquezas culturais. Tratava-se de um momento de inflexão na tevê brasileira, que passava a ver além do “núcleo pobre” e “núcleo rico” e se aproximava de realidades até então ignoradas pela teledramaturgia. Ingra era a atriz certa para representar o papel de mulheres guerreiras, de beleza rústica, ligadas à terra. Participou ainda do ressurgimento do cinema brasileiro a partir de meados dos anos 1990. Casou novamente e teve o filho Guilherme, sua grande fonte de inspiração. Nessa trajetória, em meio a testes de elenco, preparação para gravações, estudos de roteiro e ensaios, muitas vezes Ingra foi assombrada pelo medo do sucesso. Fazendo parte de uma geração de mulheres que busca o equilíbrio entre a vida profissional e familiar, Ingra viveu o epicentro da fama, com toda a ansiedade e tentações que isso traz, e fez escolhas entre uma carreira alucinante e sua vida pessoal. Hoje, ainda dona de uma beleza agreste, a atriz olha para trás e é capaz de identificar os erros que cometeu – na profissão e nas relações pessoais.