A Vila Junina do Arraiá da Conquista: o melhor do interior na terceira maior cidade da Bahia

São João no interior parece ser mais tradicional, mais aconchegante. E buscando preservar essa identidade regional é que, no Arraiá da Conquista, a Prefeitura da terceira maior cidade da Bahia edifica um clássico lugarejo rural: a Vila Junina. 

Lá, tem fogueira, casinhas de pau a pique, produtos de chita e até uma igrejinha muito convidativa. Heitor e Leila Correa se surpreenderam com o local e aproveitaram para tirar uma selfie em frente a paróquia. “Aqui dá para a gente voltar uns 50, 30 anos atrás e enxergar o arraiá como era nos povoados de Iguá e Baixa do Arroz. Era desse jeitinho aqui”, disse o autônomo, que ainda ressaltou a mudança de local do espaço: “Achei a nova disposição muito boa”. 

O casal Heitor e Leila Correa: “há 30 anos atrás, o arraiá era desse jeitinho aqui”

E com a Copa do Mundo de Futebol rolando ainda tem forrozeiro que canta: “Hoje sonhei que estava em Moscou” e “Vi dois siris jogando bola”. Pode isso, Arnaldo? Claro que pode! Afinal, os artistas são prata da casa. “Simplesmente um sonho realizado. A Prefeitura está de parabéns porque são poucas as administrações que investem em atrações locais e aqui ainda se preserva o forró pé de serra, do xaxado e do baião”, comentou Givanildo, cantor da banda Forró Lascado, que se apresentou pela primeira vez no Arraiá da Conquista. 

Iancá Mendes e seu bebê Braian: “Nós já conhecemos as músicas, é muito melhor”

Com palco quase rente ao chão da Vila, os visitantes veem de perto a satisfação do artista ao contemplar a empolgação dos dançarinos. E dançar não tem idade! Empolga dos idosos aos bebês. Braian, por exemplo, tem um ano e sete meses e já dava seus primeiros passos no forró com sua jovem mãe, Iancá Mendes. “Prefiro a Vila Junina porque a música é mais antiga, melhor para dançar. Nós já conhecemos as músicas, é muito melhor”, afirmou a mamãe coruja.

Ivonice Batista sempre vende suas cocadas, canjicas e quentão na Vila Junina

Comida gostosa, renda extra – Outro antigo costume provado e aprovado são as iguarias típicas da época junina. Além de bem saborosas, incrementam a renda de pequenos empreendedores. Ivonice Batista sempre vende suas cocadas, canjicas e quentão na Vila Junina. “O espaço é muito bonito. Fico na expectativa o ano inteiro de trabalhar aqui. É um ganho a mais que a gente tem, que a Prefeitura favorece e a gente agradece. Tem muitos anos que trabalho aqui e com muito amor porque sou bem acolhida”. 

Já a Associação Conquistense para Atendimento Especializado à Pessoa Autista (ACAEPA) estreia no Arraiá da Conquista, vendendo caldos e outras comidas. “Hoje está bem cheio e muitas pessoas vieram saber sobre a associação, que sobrevivem de doação, e quanto mais gente souber, melhor é: além de arrecadar com as vendas, as pessoas ajudam depois”, afirmou Raíra Sâmela, funcionária da Associação.