A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Diretoria da Atenção Básica, recebeu do projeto HealthRise 27 aparelhos de MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial) para serem distribuídos entre os Programas de Saúde da Família (PSF) do município. As instruções e a entrega dos equipamentos aconteceram nesta quarta-feira (23) no Campus da Ufba e contaram com a presença de médicos, enfermeiros e técnicos da rede municipal de saúde.

De acordo com o Coordenador do Projeto HealthRise em Vitória da Conquista, Dr. Márcio Galvão Guimarães Oliveira, a decisão de trazer o MRPA para o município foi tomada após o Congresso Brasileiro de Cardiologia de 2017. “As novas tecnologias não podem ficar disponíveis apenas para pacientes particulares, têm que ficar disponíveis também para os usuários do SUS”, explicou.

A diretora da Atenção Básica, Maria das Graças Lima Cardoso, comemorou mais esta contribuição do HealthRise para a saúde municipal. Segundo ela, os aparelhos de MRPA vão facilitar o trabalho dos grupos do PSF. “Vitória da Conquista é o primeiro município do país que vai utilizar a tecnologia do MRPA nos PSF. Nenhuma outra cidade do Brasil utiliza essa tecnologia”, explicou.

O MRPA é a aferição de pressão arterial realizada pelo próprio paciente, ou por alguém que o auxilie, duas vezes por dia, em um período de sete dias. Esse tipo de monitoramento é mais eficaz na detecção e acompanhamento da hipertensão, pois consegue eliminar diversos fatores que interferem nos tipos mais comuns de aferição. Um bom exemplo é a iatrofobia (também chamada de “síndrome do jaleco branco” ou “síndrome do avental branco”), uma fobia que atinge cerca de 30% da população em que a simples visão de alguém usando um uniforme médico estimula a ansiedade alterando, assim, o ritmo cardíaco. Por realizar a medição por vários dias, em horários distintos e em situações de conforto longe das unidades de saúde, os resultados do MRPA são bem mais precisos.

A farmacêutica Jéssica Moreno, mestranda em epidemiologia pela UFBA, explicou aos presentes todo o funcionamento dos aparelhos e o encaminhamento dos dados coletados. Ela explicou que, juntamente com a empresa que dá suporte ao MRPA, desenvolveu um software para ser utilizado no monitoramento dos pacientes de Vitória da Conquista.  Ela explica: “Quando o paciente devolve o equipamento, os dados são transferidos para uma plataforma online, onde ficam armazenados sem risco de se perder, podendo ser analisados e ter o diagnóstico personalizado impresso”.

O Coordenador do Projeto, Dr. Márcio Galvão, afirmou, ainda, que a secretária municipal de Saúde, Ceres Almeida, tem observado todas as ações do HealthRise e também é sensível a um futuro aumento do número de MRPA implementados nos PSF da cidade. “Vamos esperar os resultados iniciais desses primeiros aparelhos e, em breve, estaremos concorrendo a um recurso que vai possibilitar uma ampliação”.