Bate-papo integra a programação do Março Mulher

O que são relacionamentos abusivos e como identificá-los? Foi para responder questões como estas que a Universidade Federal da Bahia (Ufba) promoveu uma roda de conversa nesta quarta-feira (7), em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A atividade integrou a programação do Março Mulher, promovida pela Prefeitura, e contou com o apoio do Centro de Referência Albertina Vasconcelos (Crav) e da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).

A assistente social da Universidade, Kátia Cavalcanti, explicou que o tema da atividade foi escolhido em consideração à sua grande presença na agenda social do país e também do município. “Buscamos uma presença mais forte da equipe de servidores, porque é uma equipe que nem sempre tem a oportunidade de estar participando das discussões e ter acesso a esse tipo de informação”, contou.

Para ela, além do entendimento do que se trata o relacionamento abusivo, o evento também pretendeu esclarecer quais providências devem ser tomadas em casos assim. “Dentro da cidade, onde se encontra o suporte para mulheres que passam pelo abuso e pela violência”, exemplificou.

Tema da atividade foi escolhido em consideração à sua grande presença na agenda social do país e também do município

A psicóloga do Crav, Sílvia Ticianna de Oliveira, foi uma das condutoras da roda de conversa.  Ela explicou que a relação abusiva se baseia principalmente na violência psicológica, que se trata de uma violência invisível, e por isso é tão difícil para as mulheres reconhecerem quando estão sendo vítimas dela. Nesse sentido, ela esclareceu: “A partir do momento que você não se sente confortável dentro de um relacionamento, que você se sente triste, oprimida, coagida em qualquer situação, isso já são sintomas de que o relacionamento não está mais saudável.”

Ela revelou ainda que, das 182 mulheres atendidas pelo Crav atualmente, praticamente todas elas já foram ou ainda são vítimas de violência psicológica. Essas mulheres chegam ao serviço encaminhadas pela Deam ou por algum órgão da Rede de Proteção à Mulher, ou ainda por demanda espontânea. “A gente acolhe a mulher, e lá é feito o trabalho de empoderamento e de busca pela autonomia – tanto financeira, como afetiva e emocional. E a gente acaba tentando fazer uma reconstrução de plano de vida pra mulher”, contou.

Para a técnica de contabilidade da Ufba, Fabiana Santos, participar de eventos como este é fundamental para ganhar conhecimento e poder ajudar pessoas que estejam vivendo um ciclo de abuso. “Vemos relacionamentos violentos, abusivos, e muitas vezes não sabemos como lidar com isso. Às vezes as mulheres vivem reféns de uma situação como essa, sem saber como procurar ajuda, como se comportar e como receber apoio”, afirmou.

A programação do Março Mulher segue até o dia 29 de março, confira aqui.