Cultura
Postado em 5 de abril de 2017 as 19:56:10
Estão previstas intervenções na estrutura e na organização do espaço
O casarão em estilo neoclássico foi construído na segunda década do século 20, a mando do coronel João Fernandes de Oliveira Santos, que depois o deu de presente ao genro, Régis Pacheco, quando este se casou com sua filha, Enerina. Lá, o dr. Régis, como era conhecido, instalou seu consultório médico, onde, segundo relatos, realizava consultas de graça.
O tempo passou, Régis Pacheco se envolveu em política e exerceu mandatos como prefeito de Vitória da Conquista, deputado federal e governador da Bahia. Isso levou ele e sua família a se mudarem da cidade. Mas o casarão ficou, para sempre, marcado como a “casa do dr. Régis”.
Há dez anos – exatamente a 5 de abril de 2007 –, o casarão foi aberto à visitação pública, após ter passado por um processo de restauração, e tornou-se a Casa Memorial Governador Régis Pacheco. Desde então, devidamente tombado, o local sedia eventos culturais, como lançamento de livros, exposições, oficinas, ensaios e atos oficiais da Prefeitura. Há ainda obras de artistas como J. Murilo, Orlando Celino, Adilson Santos, José Lima, Dão Barros. Uma sessão é dedicada a quadros de Celino, que retratam todos os intendentes e prefeitos que já ocuparam o cargo de chefe do executivo em Vitória da Conquista.
Desde o início de janeiro até o final de março, o livro de presença do espaço já registrou nada menos que 350 visitantes. Mas a Administração Municipal quer que esse potencial seja multiplicado. E, para isso, definiu uma série de intervenções que serão feitas na estrutura da casa.
“O que a gente precisa, primeiro, é restaurar a parte de dentro, fazer uma limpeza, pintura, do lado de fora também. Vamos buscar a cor original, direitinho. E utilizar aquele espaço como o museu que ele deve ser”, informa Cristina Rocha, secretária municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer.
‘Lugar visível’ – Segundo Cristina, o objetivo é reservar uma sala para abrigar os objetos que são relacionados à figura de Régis Pacheco. E, no restante do espaço, organizar o que ela chama de “museu de Vitória da Conquista”: “Pedir às pessoas objetos antigos, alguma coisa que elas não queiram mais e que pertenceram às suas famílias, e possam ceder para o museu. E a gente começar a ter alguma coisa de resgate da história de Vitória da Conquista”.
As reformas deverão visar problemas como infiltrações e desgastes na pintura. “Para preservar inclusive os quadros, as obras de arte que têm ali. Nós temos alguns quadros bastante valiosos e a gente tem que aproveitar o espaço como um espaço cultural que ele é”, afirma Cristina. “Não vai demorar muito tempo, a gente vai começar a mexer aí para se tornar um lugar visível para a comunidade. Porque realmente é uma casa linda, uma construção antiga, e que nós temos obrigação de preservar e de proteger”.
‘Catalogação’ – A secretária afirma que esse cuidado também será estendido a outras casas antigas existentes na cidade. “Estamos fazendo um levantamento e vamos saber quais são as que estão tombadas e quais são as que não estão tombadas. Porque há uma lei de tombamento, sim. E a gente vai ter que começar a fazer esse tipo de catalogação, porque não podemos deixar a história da cidade sem registro”, disse.
Além do “museu de Vitória da Conquista”, há planos de se fazer uma exposição permanente de artistas que atuem no município. Artistas plásticos, por exemplo, poderiam deixar suas obras em exposição no Memorial para que sejam comercializadas. “A gente quer fazer da casa um lugar cultural. Que ela cumpra o seu papel de reserva histórica da cidade”, garante a secretária.
Próximos eventos – O Memorial está aberto à visitação pública de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Confira os próximos eventos da programação da Casa Memorial Governador Régis Pacheco:
– 7 a 22 de abril – Exposição do artista plástico e designer Domício Campos: “as dimensões do espaço e suas múltiplas possibilidades”.
– 3 de maio – Lançamento do livro “Pesquisa em História e Educação: Ensino de História, Literatura e Cultura Audiovisual”, organizado pelos professores Alex Guimarães, Jairo Carvalho e Márcia Cristina Ribeiro.
– 15 a 21 de maio – 15ª Semana Nacional de Museus, com o tema “Museus e histórias controversas: dizer o indizível em museus”.









