Cultura
Postado em 15 de maio de 2017 as 14:10:25 e atualizado em 16 de maio de 2017 as 15:43:49
Na manhã desta segunda-feira, 15, em Vitória da Conquista, foi realizada a abertura da 15ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Este ano, o evento tem como tema “Museus e histórias controversas: dizer o indizível em museus”, proposta pelo Conselho Internacional de Museus (Icom).
Autoridades civis, jurídicas, militares e religiosas participaram da abertura do evento, na Casa Memorial Régis Pacheco, que este ano traz para o público conquistense ações educativas em espaços carcerários, além da exposição “O Ni Bejada! Alegria das crianças em festas de caruru para Cosme, Damião e Ydwu”.
“Estamos apresentando as histórias que as pessoas não conhecem porque vêm de prisioneiros, vêm de religiosos. Nós achamos que era o momento de mostrar outros lados das histórias. A gente quer mostrar que há muitas pessoas se esforçando para construir uma sociedade diferenciada para que as pessoas tenham oportunidade de recomeçar sua vida de outra forma”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (ProLer), Heleusa Câmara, que também está a frente do projeto carcerário “Letras de Vida: escritas de si – Minha vida não cabe num laudo”.
Para a secretária municipal de Cultura, Tina Rocha, que fez parte da mesa de abertura, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, apoia esse tipo de evento enriquecedor. “Vitória da Conquista tem memória e essa semana de Museus é importante porque a cidade precisa de eventos culturais e o Memorial Régis Pacheco é o lugar ideal para que isso aconteça. Estamos vendo aqui professores, escritores prestigiando a abertura e para nós é uma honra estar com a professora Heleusa Câmara, que organiza essa semana com tanto carinho”, declarou.
Na mesa-redonda: Educação, Cidadania e Direitos Humanos, estiveram o juiz da Vara de Execuções Penais de Vitória da Conquista, Reno Viana Soares; o vice-Reitor da Uesb, Fábio Félix; a professora da Uesb, Dra. Marilza Ferreira; o diretor do Conjunto Penal de Vitória da Conquista, capitão José Oliveira Santos Melo, o diretor do Conjunto Penal Adv. Nílton Gonçalves, Alexsandro Oliveira Silva, e o presidente do Conselho da Comunidade para Assuntos Penais, Diácono Genildo Galdino.
Na oportunidade, o juiz Reno Soares informou que foi decretado pela Vara do município a redução de pena por meio da leitura. A cada livro lido, quatro dias serão abatidos da pena. “Baixamos a portaria com base no projeto ProLer e numa resolução do Conselho Nacional de Justiça e é uma questão que vai além da redução. É um incentivo à cultura.”, disse o responsável pela Vara de Execuções Penais.
Durante a programação, que se estende até a próxima semana com as exposições, haverá um momento intitulado “Memória de trabalho: resistências e tempo de agradecer”, no qual algumas pessoas serão homenageadas, entre elas, Ermita Porto Santana. Ela foi responsável por iniciar os trabalhos da Pastoral Carcerária da Arquidiocese. Hoje com 78 anos de idade, desses, 42 dedicados à Pastoral, Ermita faz um breve histórico, ressaltando algumas conquistas: “Conseguimos com a Administração Municipal professores para dar aula, montamos biblioteca, em parceria com o ProLer, conseguimos editar livros dos encarcerados. Tudo foi desenvolvido com muita dificuldade, mas tenho muito amor por este trabalho”, disse.
Confira a programação completa aqui.









