Neste mês de luta contra o HIV/Aids, além da intensificação do trabalho de rastreio, o município também comemora a conquista do Certificado de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Apoio e Atenção à Vida (Caav) na assistência às gestantes diagnosticadas.

Vitória da Conquista será o único município da Bahia a receber a certificação, e esse resultado se deve ao esforço do trabalho desenvolvido em equipe, como afirmou o secretário municipal de Saúde, Vinícius Rodrigues. “A gente precisa enfatizar a importância do Caav nesse trabalho, que é o elo entre a Atenção Básica e a rede hospitalar materno-infantil. Hoje, 100% das gestantes são testadas nas nossas unidades de saúde e desde 2007 não temos registros de transmissão vertical do HIV no município. Isso é um marco, uma vitória, que mostra o comprometimento da saúde com a população”, destacou o secretário.

A transmissão vertical ocorre quando a mãe que vive com HIV, mas não é diagnosticada ou tratada adequadamente, transmite a infecção para o bebê durante a gestação, parto ou durante a amamentação. Quando a gestante realiza a Terapia Antirretroviral (Tarv), a taxa estimada de transmissão vertical reduz para menos de 2%, principalmente quando não ocorre a amamentação.

Almirela Oliveira

É nesse percurso que o Caav desenvolve um trabalho essencial. A gestante que faz o teste rápido na unidade de saúde e tem o diagnóstico confirmado para a infecção é encaminhada ao serviço para o acompanhamento. “Elas recebem atendimento mensal, acompanhamento psicológico, tem garantidos os seus exames na integralidade, que são específicos do pré-natal e precisam ser feitos de forma periódica. Todo esse acompanhamento é para garantir que a transmissão vertical não ocorra na gestação”, explicou a enfermeira responsável pelo serviço de HIV do Caav, Almirela Oliveira.

Na maternidade, a gestante dá sequência a esse atendimento, sendo encaminhada com o relatório médico do obstetra do Caav, para que ela seja acolhida de forma adequada no momento do parto. Após o nascimento da criança, o estado fornece a fórmula láctea pelos primeiros 12 meses de vida do bebê e o município ainda garante, com recursos próprios, que a mãe receba a fórmula até que a criança complete os dois anos de idade.

“Além do acompanhamento obstétrico e do infectologista para a gestante, o recém-nascido que também passa a ser acompanhado aqui no Caav, com consultas com a infectopediatra, vacinação, além dos exames para constatar que, de fato, não ocorreu a transmissão vertical HIV”, complementou Almirela.

Sobre a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical – Em julho deste ano, o município aderiu ao processo para obter o certificado por possuir os critérios elegíveis, com base nas práticas e valorização do cuidado à gestante, desenvolvidos na rede municipal. Essa é uma estratégia do Ministério da Saúde, desenvolvida em parceria com estados e municípios, para fortalecer a rede de atenção do SUS e aprimorar as ações de prevenção, diagnóstico, assistência e de tratamento das gestantes e das crianças.

Na perspectiva de incentivar e avaliar as boas práticas rumo à eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis no Brasil, o Ministério padronizou o procedimento para conceder a certificação aos municípios com 100 mil ou mais habitantes ou estados que cumpram e mantenham critérios mínimos, bem como alcancem as metas de eliminação por meio dos indicadores estabelecidos.