A Secretaria Municipal de Educação (Smed) e o Jornal A Tarde realizaram uma série de formações com professores da rede municipal de ensino, entre os dias 4 e 6 de junho. Os temas trabalhados foram “Construindo um Jornal na Escola”, para professores de Arte do Ensino Fundamental (EF) II e da Educação de Jovens e Adultos (EJA); “Leitura de Imagens”, para professores de Matemática e Geografia do EF II; e “Alfabetização e Letramento” para os docentes do 3º ano do EF I.

Os encontros, realizados no Centro de Aperfeiçoamento Profissional (CAP), da Uesb, e na própria Smed, tiveram as presenças das pedagogas do Programa A Tarde Educação, Márcia Teixeira Firmino e Berta Cecília Cunha, responsáveis pelo Projeto Jornal Escola e pela capacitação. Durante a formação, elas explicaram a proposta de criação de um jornal feito pelos alunos, diferente de um jornal de bairro ou de outro tipo produzido por jornalistas e redatores.

“Quando trazemos esta proposta para os professores de construir um jornal dentro da escola, nós queremos que estes alunos sejam os protagonistas da história. Desejamos descobrir novos talentos também dentro da sala de aula, porque, para construir um jornal, precisamos de jornalista, fotógrafo, redator, diagramador. Então um jornal tem espaço para todas estas funções e quando levamos isto para dentro da sala de aula, nós queremos fomentar nestes alunos as qualidades que já possuem. Tudo acompanhado e orientado por um professor”, disse Márcia.

Sobre a Leitura de Imagens, Márcia explica que nos impressos, 100% dos leitores vão olhar primeiro a imagem. “Trazemos a importância destas imagens dentro do jornal, como elas devem ser inseridas no contexto da notícia. Eu tenho a responsabilidade de inserir uma imagem alinhada com a matéria. É o não~-verbal conversando com o verbal”.

Em relação à Alfabetização e Letramento, a pedagoga Berta Cecília afirmou que há muitas crianças, adolescentes e adultos que sabem ler e escrever, mas não são letrados, ou seja, não conseguem interpretar aquilo que estão lendo. “Então quando nós vamos para a leitura de um jornal e nós trazemos o jornal como uma ferramenta pedagógica dentro da sala de aula, nós queremos incentivar este aluno a não somente ler, mas também interpretar o que está lendo. Isso é para a vida. Berta apresentou as etapas da alfabetização e como o jornal pode ajudar para o desenvolvimento do uso correto da língua, sem gírias e abreviações.

A coordenadora do Anos Finais do Núcleo Pedagógico, Martha Valéria, destacou a parceria com uma iniciativa acertada, até porque os professores precisavam desta valorização e espaço para transpor suas atividades na sala de aula para um meio de comunicação que neste caso é o jornal”. Já Isa Novaes, coordenadora dos Anos Iniciais do Núcleo Pedagógico da Smed, salientou que esta ação é extremamente relevante no processo de formação dos professores que alfabetizam. “Falar sobre alfabetização e letramento neste contexto é de uma relevância extraordinária, porque o professor precisa alinhar estas ações às suas práticas pedagógicas e esta formação propõe também reforçar o que eles já conhecem com base no seu percurso formativo”.

Professores aprovam parceria e formação – Para o professor da Escola Municipal Paulo Setúbal, distrito de Inhobim, Raimundo Tanajura, esse é um projeto muito importante e aguardado. “A Zona Rural necessita dessas questões, principalmente um jornal. Os alunos já tinham solicitado se iríamos fazer este jornal na escola, quando seria, se podia, se tinha permissão da escola e de repente aparece um projeto maravilhoso desse. A expectativa é grande para que o projeto seja bem-sucedido na escola”.

A professora do 3º ano na Escola Marlene Flores, na Lagoa das Flores, Ivanete França, também destacou que se trata de uma iniciativa muito boa, uma vez que a Alfabetização e o Letramento fazem parte da vivência do professor, principalmente nos anos iniciais. “Este é um trabalho diário, de avaliar a questão da escrita, da leitura, e usamos vários tipos de texto para isso, e o que temos visto na formação é de que forma o jornal pode também contribuir, porque as vezes vemos tanta mídia nova, mas o jornal também está se aprimorando no meio dessas novas mídias, e a linguagem que o jornal traz contribui para a questão da leitura, porque os alunos podem compreender como acontece a leitura, como é a escrita correta das palavras”.