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Postado em 21 de março de 2025 as 17:35:22

Auditório da Ufba
Trabalhadores da Rede Básica e Vigilância em Saúde participaram do II Simpósio IntegraDTNs Bahia: Integração da Atenção à Saúde e da Vigilância para o Controle da Doença de Chagas, que tem por objetivo promover um espaço de mobilização e formação de gestores, profissionais e comunidade para fortalecer a linha de cuidado para a doença de Chagas no município e região.
O evento, realizado na quinta (20) e sexta-feira (21), contou com a participação da médica cardiologista e professora da UniFG, Michela Assunção Roque, do médico infectologista e professor dr. da Universidade Federal do Ceará, Alberto Novaes e do consultor técnico do Grupo de Trabalho (GT) Chagas, do Ministério da Saúde, Tiago Souza.

Mesa de abertura
Na abertura, que contou com a presença de Alberto Novaes, Tiago Souza e do presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Tarsis de Oliveira, a secretária de Saúde, Fernanda Maron, destacou a importância da integração das ações de vigilância e atenção primária em saúde para o enfrentamento à doença de Chagas no município, explicando a importância da criação do GT Chagas do município a partir da participação no projeto IntegraDTNs da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
“Nós criamos um grupo de trabalho no município de Vitória da Conquista, ficamos durante um bom período muito silencioso, mas resgatamos e agora estamos aqui com a Universidade, com o Ministério da Saúde, justamente para entender a doença de Chagas dentro do nosso município e também na região. Então, quando a gente fala de entender essa doença, estamos falando desde a prevenção, do diagnóstico, do tratamento, e inserir, na verdade, esse paciente com todo o cuidado dentro da nossa rede, além, lógico, de capacitar todos os nossos profissionais”.
- Fernanda
- Tiago
- Eliana
- Larrisa
Segundo Tiago Souza, eventos que integram estudantes, profissionais de saúde e usuários são de extrema importância para debater o processo de trabalho e a educação em saúde sobre a doença de Chagas. “A gente, enquanto Ministério, vem falar um pouquinho sobre educação e saúde, que é um princípio fundamental para as ações de saúde, tendo em vista que tudo começa pela educação e é um momento ímpar para a gente repassar o nosso conhecimento, também escutar o curso dos profissionais e dos estudantes sobre o que eles têm visto aqui no território e aperfeiçoar cada vez a nossa prática”.
A coordenadora do IntegraDTNs e professora doutora da Ufba, Eliana Amorim, comentou a importância da parceria com o município de Vitória da Conquista. “O projeto IntegraDTNs é fruto de parceria grande com a Universidade Federal da Bahia, a Universidade Federal do Ceará e os municípios. Esse projeto tem o intuito de ampliar o acesso para diagnosticar pessoas, para tratar pessoas, para cuidar de pessoas acometidas por doenças negligenciadas, em especial a doença de Chagas. Estamos neste município construindo uma linda parceria para que as pessoas com doença de Chagas possam ter acesso ao cuidado na rede básica de saúde e também na rede de média e alta complexidade. Então, a nossa intenção é ampliar o cuidado dessas pessoas nesse tão importante território do interior da Bahia”.
A diretora de Vigilância em Saúde, Larissa Pimental, lembrou que a doença de Chagas é considerada uma doença negligenciada no Brasil e, além da negligência, tem uma elevada taxa de morbimortalidade no país e que a partir da linha de cuidado, as pessoas com doença de Chagas terão acesso ao tratamento. “A Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância à Saúde e Atenção Básica, estabeleceu, no ano de 2024, essa parceria com a Ufba e a UFC para que a gente pudesse construir a linha de cuidados da doença de Chagas no município, que começa desde desde o controle vetorial, conhecido como barbeiro, até a questão do cuidado do paciente que chega na Atenção Básica e ele precisa de atendimento com um cardiologista, de um gastro e o tratamento com medicamento. A linha de cuidado traz uma segurança para esse paciente”.
- José Milton
- Lúcia
Para o agente de controle de endemias, que faz parte do GT Chagas, José Milton Gama, o seminário é uma oportunidade de atualização sobre o controle vetorial e também sobre a doença de Chagas. “Muita gente acredita que não existe mais a doença de Chagas, que não existe mais o barbeiro. Mas a gente que está acompanhando as ações do projeto, sabe que temos encontrado na zona rural o barbeiro e também pessoas com a doença, por isso, este momento aqui é muito importante”.
Para Lúcia Carvalho Silva, de 49 anos, moradora do loteamento Morada Nova, que convive com a doença de Chagas desde os 28 anos de idade, o desafio para acesso ao tratamento e medicamento é muito grande ainda. “Quando eu descobri, na minha gravidez, eu tinha perdido um irmão, que também sofria com Chagas no coração. E agora mais duas irmãs também que estão com Chagas, e uma não está bem. E eu estou fazendo os exames para saber se a Chagas afetou o esôfago ou o intestino grosso, além de lidar com um bloqueio no ramo direito do coração, que suspeito ser por causa da doença. A doença de Chagas é uma coisa muito lenta. Aí o projeto chegou e estamos aqui, graças a Deus, na luta e vamos conseguir mudar essa situação”, relatou.