Cultura
Postado em 23 de junho de 2017 as 08:12:28

Forró ‘autêntico’ e ‘tradicional’ foi ovacionado tanto por quem estava no palco quanto por quem dançava no Centro Glauber Rocha
Quem foi ao Centro Glauber Rocha na noite de quinta-feira, 22 – a segunda da programação do Arraiá da Conquista –, percebeu que figuras artísticas de peso do forró, como Flávio José, Dorgival Dantas, Targino Gondim, Dominguinhos, Jorge de Altinho, Alcimar Monteiro e outros (além, naturalmente, do maior deles, Luiz Gonzaga) estiveram presentes no palco principal do Centro Glauber Rocha, através das vozes das atrações da noite: Amantes do Forró, Xamego Proibido e Rege de Anagé.
Todos esses artistas, que vivem e trabalham na região, ressaltaram a identificação entre seus repertórios e esses artistas, cujos clássicos não podem deixar de ser interpretados em suas apresentações pelas festas juninas afora. “As músicas da nossa região, músicas conhecidas. Forró pé-de-serra verdadeiramente dito”, disse Rege de Anagé. “É uma atitude louvável da Prefeitura, porque a gente está carente desse forró pé-de-serra. O público quer dançar é esse forró, e a gente fica feliz com esse espaço”.
O sanfoneiro Íris Correia, do grupo Amantes do Forró, foi pelo mesmo caminho ao afirmar que seu repertório privilegia o que ele chamou de “linha gonzagueira”: “É o arrasta-pé, o xote e o baião. A gente trilha por esse caminho. Isso, culturalmente falando, é riquíssimo”.
Hélder Teixeira, vocalista da banda Xamego Proibido, também ressaltou a ligação com as raízes do gênero musical homenageado pelo Arraiá da Conquista. “Sempre procuramos estabelecer a banda para tocar forró pé-de-serra. A gente tem essa peculiaridade, que hoje em dia é difícil”, afirmou, embora tenha destacado, também, o costume de incrementar esses clássicos do forró com toques modernizantes, a fim de atrair também o público jovem. Ele cita o exemplo da música “Pedras que Cantam”, de Dominguinhos e Fausto Nilo: “É fenomenal, essa música. Inclusive, musicalmente, é muito difícil tocar. A gente botou esse pé-de-serra e fez uns acordes de guitarra para dar mais peso na jovialidade. É essa onda aí”, relatou Hélder.
“O forró que a gente quer”– Essa mesma “onda” de forró, de que falaram os artistas da noite, foi seguida por muitos dos participantes do evento. Dos mais jovens aos mais maduros, eles falam em “autenticidade” e “tradição”.
O balconista Rafique Queiroz e a estudante Ana Carolina Marinho, ambos com 19 anos, já haviam ido ao Centro Glauber Rocha na primeira noite do evento, e repetiram a dose na segunda. “Bom demais, é o forró sertanejo da região”, afirmou Rafique, que disse gostar muito de dançar o ritmo. “Minha mulher também gosta”, confidenciou. Ana Carolina confirmou-o: “É bom vir aqui dançar um forrozinho”.
Eugênio Gomes, 52, que foi ao evento com a namorada Regina de Oliveira, 47, e a vizinha dela, Adélia Santos, 58, declarou-se para o evento: “O que nos atraiu foi que a gente quer se divertir. O ambiente é muito bom, tem muito espaço e também muita segurança. Tem as ambulâncias, o Corpo de Bombeiros. E a gente gosta desse forró tradicional”, ressaltou. Eugênio foi além: “Esse é o forró que a gente quer e é por isso que nós estamos aqui, prestigiando. Estamos gostando, e espero que a cada ano melhore”.
Regina também elogiou, ao afirmar que “os cantores que vieram são ótimos”, por terem, segundo ela, “tudo a ver com o São João”. Ela atribuiu isso ao fato de tocarem “forró mesmo, de verdade”. Já Adélia também disse achar “uma maravilha, um lugar muito bom e aconchegante”, mas lamentou: “Pena que são poucos dias. Podia ir até domingo…”
Quadrilha com convidados – A sintonia entre quem estava no palco e quem frequentava a festa ocorreu também no momento em que se apresentou o grupo que participa da oficina de balé e teatro na Praça CEUs. Depois de apresentarem um número de dança, os artistas exibiram uma quadrilha. A novidade é que eles convidaram pessoas da plateia para participarem – e, nisso, obtiveram sucesso. “A intenção era chamar as pessoas do público para a dança. Porque, assim como no teatro, também na dança de quadrilha, o importante é participar e se divertir”, explicou a instrutora de teatro Gabriela de Souza.
Confira as fotos da segunda noite do Arraiá da Conquista