Entre tantos debates relacionados aos jovens, não poderia deixar de estar em pauta, na segunda edição do Festival da Juventude, o movimento estudantil. E o assunto foi apresentado e discutido na tarde desse sábado, 11. Entre os convidados, estavam Ademário Costa, ex-vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE); Wesley Silva, da Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES); Tâmara Terso, coordenadora de Expansão Universitária da UNE, e Luciano Marques, da União dos Estudantes da Bahia (UEB).

Cerca de 30 jovens conversaram sobre o papel, o estado e as perspectivas do movimento secundarista e universitário. Os convidados ressaltaram que apesar de não estar em pauta na grande mídia, o movimento estudantil está vivo e, por meio de reivindicações, tem conseguido avanços, como a aprovação das cotas, a implantação doPlano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), e progressos sociais, como a aprovação do Estatuto da Juventude e a Lei das Empregadas Domésticas.

“Não dá para passar pela história do Brasil sem falar do movimento estudantil. As juntas de movimento estudantil vão para além da pauta educacional e estão intrinsecamente ligadas à luta de desenvolvimento que temos no país”, explanou Weslei Silva, que ainda desejou: “Espero que saiamos daqui engajados a participar e lutar pelo bem da educação”.

Pela primeira vez no festival, Tâmara Terso celebra a realização do evento: “Esse é um festival construído pela juventude, no bojo das políticas públicas que nós do movimento social reivindicamos aos espaços de poder. É uma estratégia central para unir as juventudes, e para nós é um espaço ímpar, no momento que a gente se volta para assuntos importantes como esse e outros. Foi uma iniciativa importantíssima e que bom que está acontecendo e que ocorra mais vezes”.

Luciano Marques, um dos convidados da Roda de Conversa

Para o representante da UEB, o Festival da Juventude abre uma nova perspectiva para os jovens que não têm acesso à informação sobre a luta do movimento estudantil. “A UEB fica muito feliz em perceber que há do poder público sinalizações importantes e abre espaço para que o jovem conheça uma parte da luta do movimento estudantil. Esse espaço serve para que os jovens saibam que existe o movimento organizado, que está na luta por mais avanços na educação e no país” avaliou.

Macedo (centro)

“A discussão foi fantástica. Participo de forma ativa do movimento estudantil e tenho convivido com essa realidade que foi exposta aqui: existe um equívoco em relação ao comportamento da juventude, pois a sociedade nos associa ao uso fácil de drogas e à gravidez precoce e nos marginaliza, nos colocando como os culpados pelo aumento da criminalidade. Mas isso não é verdade, nós temos debatido políticas públicas, nós temos criado espaços de participação. E que momentos como esse sempre aconteçam e com o número maior de pessoas”, salientou o estudante em Agroecologia, João Macedo, 18, que é presidente do grêmio em seu colégio e diretor de Políticas Socais da União Municipal de Estudantes Secundaristas.
Construção Coletiva – Assim como na primeira edição do evento, o Festival da Juventude foi construído juntamente com os movimentos de juventude da cidade, e toda a programação foi elaborada a partir das sugestões dos próprios jovens. A criação de uma coordenação para atender às necessidades da juventude conquistense, já no início de 2013, evidencia o interesse do Governo Municipal em dar voz e visibilidade ao setor que representa uma parcela significativa da população conquistense. A coordenação da Juventude, ligada à Secretaria Municipal de Trabalho, Renda e Desenvolvimento Econômico, vem atuando, desde então, para melhorar a qualidade de vida de jovens das zonas urbana e rural.