Melocactus conoideus

Preservar a flora de Vitória da Conquista é um dos compromissos do Governo Municipal, por meio da Secretaria de Meio Ambiente. Nesse sentido, uma iniciativa se destaca no Herbário Municipal do Sertão da Ressaca. Lá, está sendo reproduzida pela primeira vez, com o objetivo de recomposição, a espécie endêmica do município denominada Melocactus conoideus ou “cabeça-de-frade”, como é popularmente conhecida.

Descoberta nos anos 70 pelo holandês Albert Beuning, essa espécie botânica de planta da família das cactaceae ocorre apenas em Vitória da Conquista, numa área localizada no alto da Serra do Periperi e é fonte de pesquisa em diversos trabalhos científicos. Em 2011, por exemplo, dois pesquisadores suíços – Thomas e Cornelia Wegelin – visitaram o Parque Municipal da Serra do Periperi para conhecerem e fotografarem o Melocactus conoideus.

Hudson Castro, secretário municipal de Meio Ambiente

O secretário municipal de Meio Ambiente, Hudson Castro, falou da relevância desse trabalho que está sendo desenvolvido no Herbário Municipal. “A importância consiste no sentido da preservação da espécie, até mesmo para que no futuro a gente tenha a possibilidade de desenvolver outras pesquisas como essa”, salientou o secretário.

O trabalho de reprodução já resultou em aproximadamente 50 mudas do Melocactus, que estão com aproximadamente 1 ano de idade.

O trabalho de reprodução já resultou em aproximadamente 50 mudas do Melocactus, que estão com aproximadamente 1 ano de idade. Segundo o engenheiro agrônomo do Herbário, Lázaro Ribeiro, a coleta manual das sementes foi feita em abril. Em seguida, elas foram cultivadas em miniestufas de garrafa PET – já que nesse primeiro ano a pesquisa teve caráter experimental.

“Quando ela estiver com o tamanho ideal, a gente levará as plantas para a área de ocorrência, na parte alta da Serra do Periperi”, contou Lázaro, que comentou também sobre as perspectivas acerca da iniciativa pioneira. “Esperamos otimizar a parte de manejo para conhecer cada vez mais a espécie e reproduzirmos uma quantidade boa para que a gente possa repor. O que queremos é a permanência da espécie”, assegurou.

Lázaro Ribeiro, engenheiro agrônomo do Herbário

Ações de preservação – Somado ao Melocactus, o Herbário também reproduz aproximadamente 40 espécies da mata de cipó, caatinga, mata atlântica e cerrado, a exemplos do ingá-cabeludo e do mulungu. “Essas mudas são utilizadas para a recuperação de áreas degradadas e doadas à comunidade”, contou Lázaro. Além disso, desde 2000 a Secretaria de Meio Ambiente iniciou o levantamento florístico da Serra como forma de conhecer e preservar a diversidade local.

O herbário também reproduz aproximadamente 40 espécies da mata de cipó, caatinga, mata atlântica e do cerrado.

Segundo a gerente de projetos da Secretaria de Meio Ambiente, Priscila Dantas, outras ações são desenvolvidas na perspectiva da preservação ambiental. “Temos como exemplos a revitalização de praças, a eletrotroca, que envolve essa questão do recolhimento do lixo eletrônico e o incentivo ao plantio de árvores, e a Semana de Meio Ambiente, que este ano terá uma dinâmica de plantio de árvores em várias áreas da cidade”, realçou Priscila.