Graças a um convênio assinado, nesta quinta-feira (18), entre a Prefeitura de Vitória da Conquista e seis lojas maçônicas atuantes na cidade, os usuários das quatro hortas comunitárias existentes no município vão receber orientações sobre como se juntar em torno de uma entidade unificada, com existência jurídica, estatuto e organização administrativa, a fim de estabelecer regras de gerenciamento dos espaços, facilitar a captação de recursos externos e tornar mais palpável a possibilidade de comercialização dos produtos.

O acordo foi celebrado em reunião no Gabinete Civil, com a presença da prefeita Sheila Lemos e de representantes das secretarias municipais de Desenvolvimento Rural (SMDR) e de Desenvolvimento Social (Semdes), além de prepostos das lojas maçônicas Fraternidade Conquistense, Razão e Força, Semente de Luz, Construtores da Fidelidade, Filadélfia e Rei de Israel.

“É muito importante dar liberdade de escolha e autonomia financeira para essas pessoas”, observou a prefeita Sheila Lemos, após assinar o documento que formalizou o convênio. “Isso vem para fortalecer ainda mais a capacidade dessas famílias”, acrescentou a gestora.

Segundo o venerável da loja Fraternidade Conquistense, Geórgio Mariano, a ideia de estabelecer o acordo surgiu a partir de uma recente visita do grupo à horta comunitária do bairro Kadija, uma das maiores e mais antigas da cidade. “As hortas existem há mais de 30 anos e até hoje não existe uma formação jurídica. Nós vamos dar um suporte para as quatro hortas comunitárias, para poderem criar um CNPJ, uma associação, para eles poderem, a partir daí, ter condição até mesmo de vender essa produção para o Município, para a merenda escolar ou para o Restaurante Popular”, explicou Mariano.

O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Michael Farias, destacou a importância de que o Governo Municipal mantenha uma relação estreita com setores que, a exemplo da maçonaria, tragam iniciativas que se traduzam em benefícios para a comunidade. “É importante reconhecer esse compromisso de vocês, de caminhar em conjunto conosco”, disse Michael.

Diálogo

Conforme se definiu durante a reunião, representantes do Governo Municipal e das lojas maçônicas deverão se encontrar novamente no dia 6 de maio, com o objetivo de definir qual seria a alternativa mais viável para a futura organização – se na forma de associação ou cooperativa, a depender das possibilidades mais benéficas para os usuários das hortas comunitárias.

Para isso, as lojas maçônicas pretendem formar uma comissão integrada por advogados, administradores e contadores. Esse será o grupo responsável por estabelecer o diálogo com as famílias envolvidas em cada uma das hortas. O objetivo é ouvi-las e resolver essa questão em conjunto.

“Estando organizadas em uma associação ou cooperativa, essas famílias vão ampliar o leque de possibilidades de comercialização”, avaliou o coordenador municipal de Agricultura Familiar, Eduardo Castro. “A gente já tinha feito algumas tentativas, algumas feirinhas para que essas hortas fossem comercializar. Mas, agora, elas podem acessar as compras institucionais. Isso vai facilitar também a organização dentro das próprias hortas, que precisam ser organizadas nesse sentido. A chegada desse convênio com a maçonaria fortalece nesse sentido”, concluiu Eduardo.