Desenvolvimento Social
Postado em 1 de dezembro de 2025 as 18:00:29

Cerca de 30 casais celebraram o amor um pelo outro e formalizaram sua união
Na tarde desta segunda-feira (1º), foi realizado o 1º Casamento Coletivo Quilombola de Vitória da Conquista. A iniciativa partiu da Corregedoria-Geral da Justiça da Bahia e contou com o apoio de diversas instituições, entre elas, a Prefeitura Municipal. A cerimônia aconteceu na BelaCasa Eventos, onde mais de 30 casais formalizaram sua união perante a justiça.
O apoio do município foi garantido principalmente por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), que atuou dando apoio logístico para a realização do evento. O Cras Rural, que acompanha famílias quilombolas do território, auxiliou na preparação e regularização da documentação necessária, em parceria com a Defensoria Pública do Estado. O município também articulou, junto ao Movimento das Donas de Casa (MDC), a preparação de 15 noivas, que receberam serviços de embelzamento e cuidado para o dia da celebração.

O evento só foi possível graças a articulação entre diversas instituições
Um marco na promoção de igualdade racial
Vitória da Conquista possui hoje 33 comunidades quilombolas oficialmente reconhecidas, sendo 32 localizadas na zona rural e uma na área urbana. O casamento coletivo reuniu casais de diversas comunidades, em uma iniciativa que fortalece direitos civis, valoriza tradições e reafirma o compromisso do poder público com as políticas de igualdade racial.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Michael Farias, a ação simboliza um avanço significativo no reconhecimento das comunidades quilombolas. “O Casamento Quilombola representa uma ação concreta de promoção da igualdade racial. Por isso, a Prefeitura fez questão de apoiar esse momento histórico. Entendemos que fortalecer políticas voltadas aos povos tradicionais é reafirmar o compromisso com a garantia de direitos humanos e com o respeito às formas de organização e identidade dessas comunidades”, afirmou o secretário.
- Michael Farias
- Cláudio Daltro
- Ricardo Alves
Representando a Corregedoria-Geral da Justiça da Bahia, o juiz da 1ª Vara de Família, Cláudio Daltro, celebrou o evento e destacou sua importância logo após as mobilizações do Novembro Negro, mês dedicado à celebração da cultura e história da população negra. “Estar aqui é uma honra. Não se trata de um ato simbólico, mas de reconhecimento da história, da memória e das tradições quilombolas. Realizar o primeiro casamento coletivo quilombola de Vitória da Conquista justamente neste período torna tudo ainda mais significativo”, afirmou o magistrado, designado pela corregedoria como celebrante do evento.
- O embelezamento das noivas ficou por conta do MDC
- Já as apresentações musicais foram realizadas pelo Neojiba
O coordenador municipal de Promoção da Igualdade Racial, Ricardo Alves, também ressaltou que a iniciativa promove justiça social ao garantir que casais quilombolas tenham acesso pleno aos direitos decorrentes da união civil. “Esse casamento coletivo é uma ação de reparação social. É garantir que essas famílias tenham dignidade e pleno reconhecimento jurídico. A parceria entre a Prefeitura e as instituições do sistema de justiça reforça nosso compromisso com a equidade racial e com o fortalecimento dos povos tradicionais”, apontou.
Celebrando o amor
Com o espaço ornamentado e a trilha musical executada pelo Núcleo Estadual de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), os casais vivenciaram um momento especial para celebrar o amor, os vínculos familiares e a continuidade das tradições quilombolas.
Entre as noivas, Patrícia Oliveira, da comunidade de Baixa Seca, celebrou a oportunidade de realizar um sonho antigo. “Hoje é um dia de muita alegria e realização. Muitas vezes não conseguimos, por conta própria, organizar um casamento assim. Por isso, agradeço à Defensoria Pública e ao Cras Rural por estarem ao nosso lado nesse momento tão importante”, afirmou.
- Patrícia Oliveira junto de seu marido
- Ana Luiza Brito
Além da Prefeitura e da Corregedoria-Geral da Justiça da Bahia, o evento contou com a atuação conjunta da Defensoria Pública do Estado, do Movimento das Donas de Casa, da Associação dos Registradores Civis (Araurc), do Tribunal de Justiça da Bahia e da Faculdade Anhanguera.
Para a defensora pública Ana Luiza Brito, a iniciativa reforça o compromisso institucional com as comunidades tradicionais. “A Defensoria participa de casamentos coletivos há muitos anos, mas este é especialmente simbólico por ser o primeiro quilombola. É o momento de dar forma jurídica a laços que já existem, reconhecendo essas comunidades que tantas vezes são invisibilizadas”, afirmou.









































































