Oficina será expandida para outros órgãos de segurança

Com o intuito de capacitar e orientar os órgãos ligados à segurança pública quanto à abordagem do público de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros, a Coordenação Municipal de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos de LGBT realizou uma capacitação com a equipe da Ronda Maria da Penha. A Oficina Cidadania LGBT’s aconteceu na manhã desta segunda (26), no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep).

De acordo com o coordenador de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos de LGBT, José Mário Barbosa, a abordagem inadequada pode decorrer, muitas vezes, da falta de informação dos agentes públicos. “Homens e mulheres trans, mulheres travestis, têm um comportamento, uma fala, uma linguagem, uma característica que às vezes são desconhecidos desse equipamento de segurança”, explica.

Por isso, o objetivo da oficina é esclarecer os conceitos e orientar os profissionais. “A ideia é sensibilizá-los e discutir o que é gênero, o que é transgênero, o que é homem cis, mulher cis, homem trans. Para que, na hora da abordagem, ela aconteça de forma mais humanizada e mais sensível”, completa o coordenador.

A capitã Débora Costa defende a necessidade de se trabalhar essas situações dentro da corporação. “A gente sabe a importância de preparar os nossos policiais para enfrentar esses temas, que são temas tão atuais e relevantes, que a gente precisa entender para, junto com toda a equipe e toda a rede, combater todas as formas de violência, inclusive o preconceito”, avalia.

Ronda Maria da Penha – Atuando desde junho de 2017, a Ronda conta com um efetivo de 10 policiais militares fazendo a cobertura de toda a sede de Vitória da Conquista e de algumas localidades da zona rural. A equipe trabalha com a fiscalização de medidas protetivas de mulheres vítimas de violência doméstica.

“Desde que a gente começou, já conseguimos efetuar algumas prisões, em situações que mulheres não conseguiam nem sair de casa, porque os agressores estavam soltos e com ameaças constantes”, conta a capitã. “Hoje já temos mulheres que solicitaram a suspensão da medida, porque já se sentiram empoderadas, se sentiram seguras e não acharam mais necessário o acompanhamento, pelo fato delas já poderem enfrentar essa situação”, comemora.

Oficina Cidadania LGBT’s – A Coordenação de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos de LGBT deve estender as oficinas a outros órgãos de segurança pública, como a Polícia Militar, Polícia Civil e Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Além disso, esse trabalho de esclarecimento e orientação também será levado a órgãos internos dentro da própria Prefeitura.

“É promover a integração de toda a rede para assistência e diminuição da LGBTfobia em nosso município. Queremos, de fato, transformar Vitória da Conquista em um território que não seja homofóbico. Construir uma política pública que humanize, respeite e dê empoderamento para essa comunidade”, garante José Mario.