A vibração pela conquista, a alegria pela vitória. Estes sentimentos estavam visíveis no semblante de cada pessoa que esteve no Centro Municipal Pablo Pithon, na manhã desta terça-feira (7), e que ouviu os depoimentos emocionados daqueles que, com as próprias mãos, ergueram, primeiro seus barracos de lona, depois, suas casas, tijolo a tijolo, e hoje a escritura de suas casas no loteamento Nova Cidade.

“Aqui quem vos fala é um menino de 42 anos, dos quais, 26 deles vividos aqui. Hoje é dia de realmente sairmos daqui cantando: conquistamos, vencemos. Nós sabemos das noites de angústia que passamos, então não permita que alguém vá dizer que isso não é seu. Tá lá o seu nome, você pode mostrar pra todo mundo que é sua casa, que é seu bairro. Hoje vivemos em lugares habitáveis, com dignidade. Hoje nós estamos vencendo e vencendo juntos”, exclamou Vanei Júnior Nunes da Silva, que arrancou aplausos e vozes do público presente.

Maria Augusta Silva, 72 anos, é uma dessas vitoriosas. Ela e seu esposo, já falecido, estão entre os primeiros ocupantes do Nova Cidade, há 30 anos. “Era tudo mato. Tinha pouca gente. Vim com meu esposo e deixei meus seis filhos no Alto Maron, porque o barraco era pequeno. Sem casa, ocupamos alguns terrenos, depois Dr. Murilo chegou e comprou aqui e deu a cada um o seu terreno. Eu morava em casa de aluguel pequenina. Meus filhos dormiam tudo embolado, mas agora não, minha casa é enorme. Fico alegre porque meu quarto não podia botar nem um guarda-roupa e agora meu quarto tem cama, guarda-roupa, uma estantezinha. Tô muito feliz, muito alegre mesmo. Agora posso falar assim: aqui é meu”, disse a viúva que, em 2021, passou a ser cadeirante e por isso hoje conta com os cuidados de uma das suas filhas.

O frentista Zenildo de Jesus Santos, 45, chegou com seus pais, há 25 anos, e hoje vive com sua esposa na casa que seus pais deixaram. Ele lembrou que quando chegou eram muitos barracos de lona, madeira, compensado, muito toco, ruas cheias de mato. “Tinha pouco veículo. Era mais carroça, bicicleta, galeota. E aí, cada vez mais foi melhorando, desenvolvendo o bairro e agora tá aí a escritura para os moradores. É muito gratificante, uma coisa muito esperada para todos os moradores, é um sonho ter uma escritura do seu imóvel que você pode comprovar que é seu”, comentou.

E na entrega de 505 escrituras, não é que tinha uma Zenilda de Jesus também recebendo sua escritura?. Só que essa é cinco anos mais velha do que Zenildo e não é da mesma família, apesar do mesmo sobrenome e de viver por lá também por 25 anos. Confeiteira e doméstica, ela tem três filhos. Ela fez um retrospecto dos primeiros anos no loteamento para os dias atuais: “O começo pra gente foi muito difícil, porque era um bairro inseguro em tudo. Foi tanto que muita gente vendeu seus lotes, trocou suas casas. Mas graças a Deus, a gente está aqui se sentindo no centro de Conquista, porque nós temos creche, escola, açougue, academia, posto de saúde. Então, a gente tem tudo hoje pra poder se sentir privilegiado com tudo. Hoje, a gente vive em um bairro decente. A gente está muito feliz”.

Filha caçula de Zenilda, Thaís de Jesus, 30, nasceu em Bertioga(SP) e foi muito pequena para o Nova Cidade. “Hoje está bem melhor, viu?. É um dos bairros mais renomados. Está muito bem estabilizado, melhorou sim”, disse com orgulho.

O casal Flávio Bastos, 44, e Tatiana Bastos, 40, e sua filha de 18 anos moram há 15 anos no Nova Cidade. “É uma vitória pra gente estar recebendo a escritura da nossa casa própria porque é de grande valia a gente ser reconhecido também por esses méritos.”, celebra o motorista. Ele ainda elencou toda a estrutura do bairro: “o bairro já está praticamente todo asfaltado, com base militar, posto, os mercados que vieram pra cá, muitas drogarias que a gente não via nos bairros, hoje a gente já está vendo, porque o bairro é bem estruturado”.