Cultura
Postado em 13 de maio de 2013 as 13:02:35 e atualizado em 20 de maio de 2013 as 12:32:35
“Ao mesmo tempo em que traz confraternização, o evento traz também formação política”, disse o poeta Nelson Macca, de Salvador
Por conta do Festival da Juventude – Ano II, passaram por Vitória da Conquista, entre os dias 10 e 12 de maio, pessoas das mais diversas origens, credos e comportamentos. Afinal, a diversidade é a principal
característica do evento, realizado pela Prefeitura Municipal, que aliou espetáculos musicais com artistas de qualidade a debates importantes sobre temas que constam da pauta da sociedade brasileira. Houve também quem já era da cidade, mas que, por meio do Festival, terminou por redescobrir alguns aspectos de Vitória da Conquista.
É o caso da conquistenseMarlua Correia, que trabalha como servidora pública municipal e mantém, paralelamente, um intenso trabalho como cantora e compositora – tendo, inclusive, conquistando a terceira colocação no concurso “Por isso é que eu canto” de 2012, colocação que lhe permitiu apresentar-se no Natal da Cidade do mesmo ano. Marlua afirmou que o Festival da Juventude superou suas expectativas.
“Vou ser bem sincera: o Festival da Juventude superou as minhas expectativas. Fiquei surpresa ao ver como a juventude de Vitória da Conquista se importa e tem manifestado seu interesse pela cultura. Eu, que também sou musicista, sou cantora, gostei de ver as bandas jovens se apresentando aqui e fazendo um trabalho tão bacana. O Festival da Juventude mostrou o quanto essa juventude está inteirada e afinada, em todos os sentidos: literário, musical e até de consciência, mesmo”.
O agente de segurança patrimonialAndrei de Jesus Teixeiraé deBrasília-DF, mas atualmente mora emPorto Seguro-BA. Veio a Vitória da Conquista, junto com amigos, especialmente para ver o show do rapper Gog. Andrei diz nutrir verdadeira “paixão” pelo rap, motivo que o levou a viajar cerca de 400 quilômetros e passar todo o show na primeira fila, bem próxima ao palco principal da Praça Barão do Rio Branco.
“Quero agradecer e parabenizar a Prefeitura e todos aqueles que fizeram e tiveram influência neste movimento aqui, que é maravilhoso: deixar a gente mostrar a nossa cultura e o que a gente gosta. Parabéns”.
O escritor, arte-educador e produtor culturalMichel Yakiniveio deSão Paulo-SP,
onde atua no coletivo Elo da Corrente, que organiza saraus no bairro de Pirituba, na capital paulista. No Festival da Juventude – Ano II, participou, como convidado, da oficina “Hip Hop” e da roda de conversa “Juventude, literatura e hip hop”, em que dividiu a mesa com o rapper e escritor Gog.
“É de extrema importância que o Festival da Juventude de Vitória da Conquista aconteça no formato em que está acontecendo. Ou seja, com espetáculo, mas também contemplando as discussões, as formações, os colóquios. Agradaram-me muito os temas que nortearam o Festival, como o hip hop, a questão LGBT e os movimentos sociais em geral. Acredito que isso vai trazer uma base bacana para a juventude, que é o futuro da cidade”.
Nelson Maccaé poeta, membro do Conselho de Cultura da Bahia e militante do movimento negro, além de participar do coletivo Blackitude. Convidado pela Prefeitura de Vitória da Conquista, Macca veio deSalvador-BApara também participar da oficina “Hip Hop” e da roda de conversa “Juventude, Literatura e Hip Hop”.
“Estou achando o Festival da Juventude interessante, quase único na Bahia. E o mais interessante é justamente não fazer só o show, nem só o espetáculo, mas também os colóquios, debates e oficinas. Ao mesmo tempo em que traz informação e confraternização, o evento traz também formação política. O que mais gostei de ver aqui foi a diversidade. Tive a oportunidade de viajar num avião com travestis, transformistas, pessoas do movimento negro e da juventude estudantil. Almoçamos juntos no restaurante, na mesma mesa, estávamos no mesmo hotel. Não houve diferença. Para mim foi o primeiro grande ganho. Aprendi muita coisa que a gente sabe que não é só com a gente que acontece. Gostei muito. Não me recordo de nenhum festival com esse porte em Salvador, por exemplo”.
Confira mais avaliações do público acerca do Festival da Juventude – Ano II:
Josué Brito, psicólogo de Vitória da Conquista: “A escolha de todas as atividades foi muito bem feita. Além de valorizar o aspecto jovem, a programação contemplou pessoas de todas as idades”.
Matheus Nascimento, estudante da Uneb em Barreiras: “O Festival é muito interessante até porque em muitas cidades a cultura é desvalorizada, não existem ações direcionadas a arte. Esse festival é um grande incentivo.”
Uigui Souza, estudante da Uesc, veio com 16 pessoas na Caravana Nossa Ilhéus: “Esse evento é muito importante para a articulação da juventude, unida também ao entretenimento. Viemos para ver o formato do festival e procurar reproduzi-lo em Ilhéus, pois estamos em processo de reabertura do Conselho Municipal da Juventude”.
José Carlos Novaes, professor e radialista de Iguaí: “Temos a reunião de diversos eventos num só. Tudo isso cria uma diversidade muito grande e acaba atingindo o objetivo do evento, que não é somente proporcionar o lazer e o entretenimento, mas trazer informação e formação para os participantes”.
Joaquim Gabriel Rodrigues, diretor da Juventude de Andaraí: “é difícil encontrar palavras para descrever o Festival da Juventude. Estou participando pela primeira vez e pude ver toda a magnitude do evento que conta com a participação de jovens não somente da Bahia, mais de outros estados”.
Andrea Silva, encarregada de equipe de Vitória da Conquista: “É um evento maravilhoso, interativo, com atividades e temas para discussão muito bem selecionados”.
Gabriel Carvalho, estudante de 16 anos:“Eu curti muito todos esses dias e, por ter participado do I Festival da Juventude, percebi muitas melhorias para essa segunda edição. Gostei bastante e aproveitei muito”.
Mayana Oliveira natural de Santo Antônio de Jesus e estudante de Psicologia na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB): “Achei muito importante essa mobilização juvenil. As atividades cumpriram o seu papel de promover a reflexão e de nos fazer movimentar diante de determinados temas. Eu não queria que acabasse. Adorei tudo”.
Ryan Lopes é estudante de História na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Eunápolis, e veio prestigiar o evento pela primeira vez: “O festival abordou temas muito atuais, como a diversidade e o ativismo político na internet e outros temas importantíssimos para nossa formação. Saio daqui com uma ótima impressão do evento”.
















