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Postado em 21 de novembro de 2017 as 17:42:04
“Tô na Bahia passeando… Tô na Bahia passeando…” Essa foi uma das várias cantigas de samba de roda entoadas pelo público que compareceu à programação do Beco no Dia de Impacto do mês da Consciência Negra, 20 de novembro, em Vitória da Conquista. O evento é uma realização da Prefeitura Municipal, do Conselho de Igualdade Racial e do Conselho de Mestres de Capoeira.
Segundo o Coordenador Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Beto Gonçalves, “segundo o último censo, Vitória da Conquista possui mais de 50% de sua população declaradamente negra. Portanto, neste dia da Consciência Negra, é de extrema importância usar o espaço público, as ruas e as praças, para dar visibilidade a todas essas pessoas de nossa população”.
O Coordenador também lembrou que a população negra de nossa cidade tem um índice de mortalidade bem maior. Para mudar esse quadro, fez um apelo para que toda a sociedade participe de ações da Coordenação Municipal de Promoção da Igualdade Racial, proponha ideias e promova atividades.
Atividades culturais como samba de roda, música e dança também fizeram parte da festança na Travessa Justino Gusmão (também conhecida como Beco do Samba), na Praça Barão do Rio Branco. A Associação de Capoeira Viva Conquista relembrou a importância da data com uma belíssima apresentação de capoeira. Joval Santos, membro da associação, reforçou a homenagem a Zumbi dos Palmares. “Zumbi foi um estrategista que transmitiu técnicas de capoeira para o quilombo e assim foi passado de geração à geração até os dias atuais, se tornando um esporte, mas que pode ser usado como luta e como dança. O dia 20 de novembro é para relembrarmos o que os nossos ancestrais, guerreiros da capoeira, batalharam e fizeram para termos o que temos hoje”. Segundo ele, 80% da população baiana é constituída de pessoas negras, mas os avanços sociais para elas ainda são muito poucos, tendo em vista o racismo que sofrem.
Sobre o evento, Joval comentou sobre a participação dos grupos locais, que por meio de apresentações artísticas mostram que a cultura negra é forte e que os participantes dessas atividades – em sua maioria jovens e adolescentes -, encontram um refúgio para um possível mundo das drogas, se formam e mostram mais conhecimento sobre a cultura negra. O capoeirista também destacou a importância da Prefeitura, que segundo ele, mostrou muito apoio.
Em uma data como a Consciência Negra, é também importante discutir a intolerância religiosa. Neste evento realizado pela PMVC, Tata João, presidente do Conselho de Igualdade Racial, explica que a intolerância religiosa é fruto do racismo. Ele explica: “A intolerância religiosa vem sendo cultivada há muito tempo por conta do racismo, ela é como um segmento no racismo, é fruto do racismo e nós viemos neste dia da Consciência Negra propor uma roda de conversa, uma apresentação, para mostrar que não somos aquilo que o preconceito diz sobre nós”, finaliza.










