“Eu realmente me surpreendi, pois nunca imaginei a grandiosidade desse centro e a forma como fui tão bem acolhida. Achei que seria só mais um serviço”, declarou a administradora E. R. B., ao relatar sua experiência como referenciada no Centro de Referência da Mulher Albertina Vasconcelos (Crav), que há 19 anos proporciona às mulheres em situação de violência um suporte abrangente no aspecto emocional e também acesso a direitos e recursos necessários para se reconstruírem.

Graças a uma equipe multiprofissional, as mulheres atendidas recebem atendimento psicológico individual, consultoria jurídica e apoio assistencial. Outro serviço ofertado é a terapia de grupo, que, para A. C. S. S., é uma oportunidade para partilhar experiências e se fortalecer.

Sentimento compartilhado pela autônoma E. R. B., que conheceu o Crav no início deste ano ao ser encaminhada pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). “A gente vivencia coisas muito dolorosas e no grupo eu vi que não é só comigo que essas coisas acontecem. Eu comecei a me identificar com as histórias de outras mulheres, começamos a nos conhecer, a trocar informações e a ver que existem outras possibilidades”, completou.

A. C. S. S. e E. R. B. estão entre as 183 mulheres referenciadas hoje no serviço, que, somente entre os anos 2017 e 2025, realizou mais de 17.800 atendimentos. Além das terapias de grupo e consultas individuais, o Crav oferta palestras, cursos e oficinas em diferentes áreas, inclusive ligadas a geração de emprego e renda.

A secretária municipal de Políticas para Mulheres, Viviane Ferreira, explicou que cursos dessa natureza abrem as portas para que as mulheres conquistem ou ampliem sua autonomia financeira, o que contribui para a quebra do ciclo de violência, já que muitas delas têm dificuldades nesse rompimento por questões econômicas.

Viviane lembrou ainda que o Crav trabalha com atendimento individualizado e em parceria com outros órgãos da Rede de Proteção à Mulher. “As mulheres que chegam ao serviço são orientadas de acordo com um plano individualizado de atendimento no qual cada uma vai ser avaliada a partir de suas peculiaridades e direcionadas aos demais órgãos dessa rede”.

É o que acontece com E. R. B., que sempre recebe a visita da Ronda Maria da Penha. Ao mencionar a ronda, ela reforçou o trabalho do Crav. “O serviço está sempre disponível, as meninas sempre dizem, qualquer coisa pode ligar, e isso ajudou muito em minha caminhada para o fim da situação de violência”. Informação reforçada por A. C. S. S., que declarou: “aqui eu encontro segurança, se eu soubesse de toda essa assistência teria procurado o serviço antes”, disse ao informar que conta com o apoio do Crav desde abril do ano passado.

Viviane Ferreira, secretária de Políticas para Mulheres

Assim como A. C. S. S. e E. R. B., outras mulheres vítimas de violência podem se dirigir ao Centro de Referência Albertina Vasconcelos. O serviço fica localizado na Rua Jesiel Norberto, nº 40, bairro Candeias. O contato também pode ser feito por meio do WhatsApp (77) 98856-5171.