Grupo Apodío em Porto Seguro, durante o Festival de Teatro do Interior

Eles nasceram dentro da Praça CEU J. Murilo, no Alto Maron. A partir do projeto “Teatro Vocacional – Formação e manutenção de grupos e coletivos artísticos” surgiram quatro grupos independentes de teatro: o primeiro foi o grupo Apodío, depois vieram os coletivos Carola, d’Menor e POC. “O objetivo do projeto é manter um processo de pesquisa permanente e contínua de produção de teatro na cidade, com o propósito de formar grupos teatrais”, explica a atriz e professora de teatro, Gabriela Souza.

Com as montagens e o apoio da Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, os grupos conseguiram levar a produção teatral conquistense para fora da cidade. “Tem sido fundamental o incentivo dado pela Secretaria de Cultura. O que a gente tem precisado, a gente tem conseguido. Por ser um grupo muito grande, se não fosse esse apoio, a gente não conseguiria ir tão longe”, afirma Gabriela, sobre a participação no Festival de Teatro do Interior, na cidade de Porto Seguro.

Lá, o grupo Apodío apresentou o espetáculo “Silêncio: autoacusação”, um pós-drama inspirado nos textos do escritor austríaco Peter Hendke. O espetáculo foi um dos três de Vitória da Conquista selecionados para participar do festival. “Só o fato de chegar a outra cidade já é muito bom. Nós tivemos uma boa recepção do público em Porto Seguro. Fomos muito bem acolhidos pelo festival também. Foi uma experiência única”, conta Gabriela. O grupo levou 25 pessoas para Porto Seguro e agora concorre como Melhor Espetáculo do Interior no prêmio Braskem de Teatro.

Participação no Festival de Teatro Caroá, em Poções

Além dessa participação, em 2017, o coletivo d’Menor e o grupo Apodío participaram do Festival de Teatro Caroá, na cidade de Poções, sendo premiados em três categorias (melhor atriz, melhor ator, ator revelação e segundo melhor espetáculo). Ainda com o apoio da Prefeitura Municipal, o projeto levou um grupo de atores até a cidade de Brumado para conhecer o grupo mineiro de teatro Galpão, um dos mais importantes do país, com 35 anos de trajetória e mais de 100 prêmios em seu currículo. “Foi muito estimulante e incentivador para nós”, destaca.

Os grupos e coletivos de teatro que nasceram na Praça CEU envolvem quase 60 pessoas, algumas em atividades externas aos palcos, como produção, figurino e cenários, comunicação e captação de recursos. “O projeto não visa somente a formação de atores. O trabalho mais difícil é o que está fora de cena: a produção, a confecção de cenários, de figurinos”, explica Gabriela.

“Eu sempre digo que Vitória da Conquista tem potencial para exportar artistas, temos muitos talentos aqui na cidade. Quando possibilitamos essas experiências, sobretudo para grupos jovens, eles encontram e conhecem outras formas de fazer e de pensar a arte e levam seus formatos também. Voltam com bagagem e com mais vontade para continuar pesquisando e fazendo novos projetos e novos trabalhos”, afirma a secretária de Cultura, Tina Rocha, parabenizando os grupos de teatro da Praça CEU.

A próxima parada é o Festival Estudantil de Artes Cênicas (Festac), da UFBA, em Salvador, no dia 8 de dezembro, onde o Apodío se apresenta.

O projeto “Teatro Vocacional” também foi um dos selecionados pelo Ministério da Cultura para ser premiado como uma das iniciativas socioculturais realizadas nos Centros de Artes e Esportes Unificados. A participação no edital só foi possível graças à articulação dos grupos que atuam na praça com a Secretaria de Cultura, que instituiu novo comitê gestor do espaço e o seu regimento interno.