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Postado em 1 de abril de 2025 as 13:09:43

Equipe do Caps i
Nesta terça-feira (1º), a equipe do Centro de Assistência Psicossocial Infantojuvenil (Caps i) realizou ação comemorativa pelo Dia da Conscientização do Autismo, que este ano traz o tema “Celebrando a Neurodiversidade”. O evento contou com a participação de crianças, adolescentes e de seus pais.
O evento teve objetivo de envolver não apenas crianças e adolescentes autistas, mas também suas mães, figuras centrais no cuidado diário, que frequentemente enfrentam sobrecarga emocional e isolamento social, com oferta de um espaço de acolhimento mútuo e descontraído. A programação incluiu brincadeiras, atividades de desenho e pintura, além de alimentação saudável e jogos, maquiagem e terapia auricular para mães.
“Hoje é um dia que estamos promovendo a ludicidade, um dia de criação, um dia de produção para as crianças e também para as mães, porque a gente vai entender que o autismo também tem acoplado a ele, o sofrimento das mães, com sobrecarga emocional e de cuidado. Então, a gente precisa prestar atenção nesse dueto, que a gente fala das mães autistas porque normalmente são as mulheres, as mães, que estão nessa sobrecarga emocional, mas também a gente tem pais que se encontram, que acompanham as crianças, então é da ordem da dinâmica familiar” explicou o coordenador de Saúde Mental, Vinícius Reis.
Atualmente, o Caps i conta 3.093 usuários ativos, dos quais 1.279 com diagnóstico de TEA. Segundo Vinícius, o aumento no número de pessoas diagnosticadas com autismo reflete melhora nas condições de avaliação e diagnóstico para o autismo. “A gente tem uma epidemia de autismo? Não! Na verdade, o que temos hoje é uma melhoria nas condições de avaliação e diagnóstico do autismo. Então, muitas vezes, é uma criança que estava em casa ou era diagnosticada com outro transtorno psiquiátrico ou muitas vezes nem chegava no serviço especializado para uma avaliação. Por isso a gente tem um aumento dessa incidência de autismo”.
- Vinícius
- Josefa e Émile
- Samara e Ione
Josefa Moreira Moraes, que acompanha três netos com autismo no Caps i, participou do evento com sua neta Émile. Ela lembra que no começo foi complicado, porque ela não tinha certeza se os netos eram autistas, só depois de passar pelo Caps i é que ela teve certeza. “No começo eu pensava, meu Senhor, como eu vou lidar com essas crianças. Mas com o tempo fui aprendendo com eles cada passo, e você vai entendendo o autismo. São três crianças, cada uma diferente da outra. O tratamento deles é completamente diferente. E aqui com a equipe do Caps que atende eles tão bem, eu fui aprendendo a convivência com eles”, explicou Josefa, que também declarou seu amor: “eu amo muito eles e eles também me amam. Eles são um amor. Eu peço a Deus, assim: Senhor, que dia eu vejo meus pequenos todos grandes? Porque para mim são todos meus bebês. Eu amo demais esses meninos”.
Ione da Silva Matos é mãe de Samara, que tem 17 anos e é acompanhada no Caps i desde os três anos de idade. Ela lembra que a maior dificuldade enfrentada ainda é o preconceito e a falta de informação sobre o autismo. “As pessoas não entendem o trabalho, não entendem a criança, acha que a gente não dá educação, não dá limite, e eu já ouvi muitas coisas que me machucaram e me magoaram, porque as pessoas não têm empatia, não pensam no próximo. Então, quando a gente chega aqui no Caps i, a gente se identifica com as outras mães, a gente faz amizade, a gente conversa e nos damos apoio”.