Meio Ambiente
Postado em 3 de dezembro de 2025 as 14:29:11

Barrigudas
O transplantio das árvores barrigudas no Parque Municipal Lagoa das Bateias alcança um marco importante: o início da primeira brotação. A iniciativa faz parte do processo de requalificação e restauração completa do parque que recebeu as barrigudas no dia 12 de setembro, como parte de uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que apreendeu as árvores que estavam sendo transportadas ilegalmente de Guanambi para uma propriedade particular na cidade de Dona Euzébia, em Minas Gerais, e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), que aceitou o desafio do transplantio.
Segundo a secretária da Semma, Ana Cláudia Passos, as setes árvores chegaram muito mutiladas, com 100% da copa arrancada e quase sem raízes, o que tornou o processo de transplantio um desafio e sua sobrevivência um verdadeiro milagre. “Aqui na secretaria nós temos a experiência com o replantio, frequentemente nós realizamos esse tipo de ação, inclusive fizemos um replantio de barriguda em 2018, no Horto Florestal, mas esta é a primeira vez que tentamos com árvores tão mutiladas”, ressaltou Ana Cláudia, que também explicou os detalhes do transplantio.

Barriguda replantada no Horto Florestal em 2018
O local foi escolhido minuciosamente, considerando as necessidades da espécie e a segurança:
- Necessidades da Espécie – A barriguda é uma árvore de Caatinga e não pode receber água constante (como perto da lagoa, onde a água era muito rasa). O local escolhido tem solo drenável e muito adubado, ideal para o crescimento.
- Abastecimento de Água – O local de replantio também possui uma mina de água, o que auxilia no processo.
- Insolação – A área recebe sol pleno, essencial para a espécie.
- Segurança e Tamanho- O local é mais isolado devido ao grande porte e peso das árvores. Cada barriguda pesa em média 4 a 5 toneladas, sendo a menor com cerca de 3 toneladas.
- Durante o transplantio, a área foi isolada com fita zebrada e sinalização devido ao risco de as pessoas encostarem nas árvores ainda instáveis. Atualmente, elas estão mais consolidadas.

Ana Cláudia
Segundo a Ana Cláudia os primeiros brotos surgiram há umas três semanas, uma confirmação do sucesso da operação. “Nós temos broto na menor delas e as outras nós podemos afirmar que estão vivas e logo aparecerão seus brotos. Agora, estamos intensificando a adubação e os cuidados para sua pronta recuperação. É um verdadeiro milagre que elas tenham sobrevivido a este processo”.
Bosque das Barrigudas

Bosque das Barrigudas
Segundo Ana, a ideia é criar uma área especial dedicada a esta espécie, um “parque dentro do parque”, chamado Bosque das Barrigudas, que será de utilização pública, um espaço agradável com grama para que as pessoas possam contemplar o ambiente, que também servirá para ações de educação ambiental. “O projeto inclui a instalação de sinalização e placas informativas que falam sobre a espécie (barrigudas), detalhamento do trabalho de transplantio realizado e as ações feitas para garantir a sobrevivência das árvores. O perímetro do bosque ainda será definido, mas a área será consolidada para que as pessoas possam entender e apreciar todo o processo de conservação e restauração”, explicou Ana.
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