Gabinete Civil
Postado em 27 de novembro de 2025 as 19:00:20
A Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres (SMPM), realizou, nesta quinta-feira (27), a abertura oficial da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, uma iniciativa internacional que busca promover o respeito, a igualdade e o enfrentamento de todas as formas de violência de gênero. O destaque foi a adesão do município ao Instituto Banco Vermelho, tornando-se o primeiro da Bahia a integrar a campanha que simboliza o sangue derramado das mulheres vítimas de violência e busca a meta de “Feminicídio Zero”. Um banco gigante, semelhante aos de praça, foi instalado na Praça Nove de Novembro, convidando a população a “sentar e refletir, levantar e agir”.
- Viviane, Sheila Lemos, Andréa e Paula
Respeito, memória e ação
Com o lema “Onde há respeito, há Conquista”, a cerimônia de lançamento contou com a participação de autoridades, representantes da sociedade civil e mulheres engajadas na causa. A prefeita Sheila Lemos destacou a relevância do tema e lamentou os números do feminicídio: “Estamos lançando essa campanha para que a gente possa tratar da violência contra a mulher. Aqui no nosso município, foram seis tentativas de feminicídio. E infelizmente um chegou a ser concretizado, então nós perdemos uma mulher por conta dessa violência, uma violência terrível, sem justificativa alguma, porque a mulher morrer somente por ser mulher é um absurdo”.
“A iniciativa do Instituto Banco Vermelho, pioneira em nossa cidade, consiste na instalação de bancos em locais de grande circulação, simbolizando o sangue derramado das mulheres vítimas de violência. É essencial envolver toda a sociedade no diálogo e levar essa discussão às escolas, para que as crianças, desde cedo, compreendam a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres”, ressaltou a gestora.
A secretária municipal de Políticas para Mulheres, Viviane Ferreira, celebrou a parceria e o ineditismo da adesão durante a abertura dos 21 dias de ativismo: “Somos pioneiros, sendo a primeira cidade do estado da Bahia a implementar essa importante política pública. Com a adesão, teremos oficinas nas escolas onde as crianças também passarão por esse momento formativo e durante todo ano o banco estará, de forma itinerante, percorrendo diversos bairros, praças da nossa cidade também da nossa zona rural, levando essa mensagem tão importante e reflexiva para a nossa sociedade, que é o combate à violência contra mulheres e meninas.”
A vice-presidente do Instituto Banco Vermelho, Paula Limongi, reforçou o pioneirismo do município no país que é o quinto do mundo que mais mata mulheres. “Esse é um projeto de prevenção nacional que traz para a comunidade, para a sociedade, a importância de falar sobre a prevenção do combate ao feminicídio. Mais do que um ato, traz também uma política pública para as escolas, para os adolescentes, para os homens, porque a gente não pode mais tolerar. E com muita honra, o Instituto entrega hoje à prefeita o selo oficial de primeiro município da Bahia a aderir a campanha pelo feminicídio zero”. Durante sua fala, Paula incentivou os estudantes a apontarem seu celular para o QR Code, disponível no banco, que abre uma mensagem da influenciadora e cantora Juliete.
A representante do Instituto Banco Vermelho, Andréa Rodrigues, detalhou a origem e os objetivos da iniciativa. “O Instituto Banco Vermelho completou dois anos em 25 de novembro, no Dia Mundial do Combate à Violência Contra a Mulher. Ele nasceu da transformação do luto em luta, após perder minha melhor amiga para o feminicídio. A gente já era colega de profissão, e Paula tinha perdido uma amiga da escola. Sugeri fazermos alguma coisa para as nossas amigas. Então, o banco é um ícone, e o mais importante é trazer o tema para o diálogo”.
Acolhimento e conscientização
Nilvete Gomes compartilhou sua superação à violência a partir do atendimento no Centro de Referência da Mulher Albertina Vasconcelos (Crav): “Gostaria de compartilhar com as mulheres a experiência de acolhimento que encontrei no Centro de Apoio, onde fui recebida com atenção e cuidado.” Ela ainda incentivou outras mulheres em situação de violência a buscarem ajuda e a romperem o ciclo de agressão. “Encorajo todas a não se calarem. Busquem ajuda, rompam o ciclo da violência, pois nenhuma mulher merece sofrer violência em nenhuma de suas formas”.
- Nilvete Gomes ao lado das representantes do instituto
- Cristiane Souza
Um grupo de alunos da Escola Municipal Prof.ª Edivanda Maria Teixeira participaram da atividade. “A vinda desses estudantes aqui para o lançamento é importante para que eles tomem conhecimento dessa causa, que é muito triste, pois as mulheres sofrem violência doméstica, e muitas vezes sentem vergonha de relatar suas experiências”, declarou a cuidadora Cristiane Souza.
- Novembro Laranja




















