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Postado em 20 de abril de 2022 as 09:06:57
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em parceria com o grupo de pesquisa Neurônia, da Ufba, realizou ontem (19), o Seminário “Autismo, um modo de existir”, no Auditório do Cemae, com a participação de familiares de pessoas com TEA – Transtorno do Espectro Autista, profissionais da saúde, educação e assistência social, além da comunidade acadêmica e externa.
O evento abriu a discussão para questões relacionadas ao diagnóstico do autismo, intervenções possíveis para as pessoas com TEA e de como as políticas públicas tem ofertado os serviços para esse público.

Augusto Leal
Participando do seminário, José Augusto Leal, que tem um filho de 50 anos com TEA e é membro da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Vitoria da Conquista, aproveitou a oportunidade para aprender ainda mais sobre o tema; “Tudo o que fala sobre o autismo me interessa e estou me dedicando a estudar com profundidade para transmitir para outras pessoas o que eu recebi, porque eu fui muito ajudado para cuidar do meu filho e conseguir torná-lo uma pessoa feliz”, contou.
Uma das palestras do seminário foi conduzida pela psiquiatra do Caps IA e professora da Ufba, Dra. Katiene Menezes, que destacou que, cada vez mais, tem crescido os diagnósticos de indivíduos com o TEA e uma das melhores ferramentas é o diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo, mais a gente consegue ajudar a pessoa nesse processo de organização cerebral. O pico de ajuste de neurodesenvolvimento é por volta dos dois anos de idade e se isso atrasa muito, perdemos muito tempo, às vezes por medo de dar o diagnóstico, inseguranças, medo de rotular, mas o autismo não é uma doença, é uma condição cerebral”, afirmou a médica.

Médica psiquiatra, Dra. Katiene Menezes
A coordenadora de Saúde Mental do município, Thayse Fernandes, ressaltou que o intuito é aproximar a comunidade e, principalmente, outros profissionais, para se debruçarem sobre o tema. “É importante trazermos essas referências, porque temos visto que a incidência do autismo tem aumentado. Então precisamos construir uma política intersetorial definitiva para dar assistência a essas pessoas, considerando o próprio espectro que tem uma variedade muito grande entre as pessoas que possuem o diagnóstico, e identificar as necessidades singulares de cada indivíduo”, finalizou a coordenadora.