Entre as ações levadas pelo Governo Municipal à programação da 53ª Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista, no Parque de Exposições Teopompo de Almeida, destacou-se, nesta sexta-feira (7), uma palestra promovida pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) sobre o tema “Incentivo à leitura na era digital”, ministrada pela escritora e professora Gláucia Portela.

Gláucia entende que não é tarefa fácil criar novos leitores, mas é possível. “Quando surgiu a TV, disseram que o rádio iria acabar. Depois, veio computador e falaram que o papel iria sumir. Hoje, nós temos os podcasts, ou seja, a humanidade se reinventa. Talvez já tenhamos estes leitores”, argumentou a palestrante, cujo objetivo foi “trazer esta provocação para a plateia mudar o olhar para o que lê e quem lê”. Ainda segundo ela, é necessário compreender o universo da leitura e ajustá-lo, de modo a se tornar mais atrativo para os jovens: “Se movimentarmos a educação e o professor, que são lugares seguros de aprendizagem da leitura, para ir a este lugar da existência, e levar as inúmeras possibilidades a este jovem, vamos conseguir atingir o objetivo que esperamos”.

A escritora defende que é preciso problematizar a leitura, compreendo-a para além do mero hábito de ler, e direcionando as atenções para as origens e as consequências provenientes dessa prática. “Para que leio? Aonde devo levar, no meu cotidiano, o que li? Então, é a formação da consciência crítica sobre a leitura. Muito mais do que saber que tipo de livro você leu, importa o que você está fazendo para esse mundo com o que você leu. Este é o maior desafio”, argumentou.

Representando o secretário municipal de Educação, Edgard Larry, o coordenador do Núcleo Pedagógico da Smed, Ronílson Ferreira, agradeceu aos diretores da Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (Coopmac), entidade organizadora da Exposição Agropecuária, pela oportunidade de realizar a palestra. “Em um ambiente mais comercial, ligado ao campo, abrir o espaço para debater e discutir leitura, mostra o compromisso que estão tendo com a valorização da educação. Os mais jovens estão envolvidos com as telas, o que ajuda no processo de ensino e aprendizagem, mas também atrapalha. Precisamos criar mais estímulos para que os alunos utilizem mais o livro físico. Estudos apontam que muito tempo em tela traz prejuízo pedagógico. A ideia aqui é criar mecanismos e estratégias para que a leitura se torne mais prazerosa”, defendeu o coordenador.