A Parada Gay 2017 foi um dos eventos organizados pela Coordenação de Políticas LGBT

A origem da data é triste: homens e mulheres que frequentavam os bares da cidade de Nova York eram constantemente agredidos e presos pela polícia, apenas por serem homossexuais. Cansados do ódio gratuito, decidiram protestar. Foram seis dias de confronto. De um lado, autoridades que não aceitavam esse tipo de “conduta”. Do outro, jovens que apenas queriam a liberdade de amar quem quisesse. Esse episódio ficou conhecido como a Revolta de Stonewall.

Apesar de ter se passado quase cinquenta anos do fato, a comunidade ainda enfrenta a batalha do preconceito. “Apesar das conquistas no campo dos direitos, a orientação sexual ainda enfrenta preconceitos. O reconhecimento legal da união homoafetiva não foi capaz de acabar com a LGBTfobia, nem protegeu a população LGBT de ser rechaçada, muitas vezes de forma violenta’’, destaca José Mário, coordenador de Políticas Públicas LGBT.

Em Vitória da Conquista, a Coordenação de Políticas Públicas LGBT tem atuado de forma constante, desenvolvendo ações e parcerias em forma de oficinas e debates para sensibilizar a nossa comunidade sobre o público LGBT. “Vitória da Conquista é uma cidade com um grande número de LGBTs e transsexuais. Estamos trazendo assessoria jurídica e psicológica pra garantir assistência e orientação ao nosso público. Isso já é uma grande vitória: além de auxiliar nessas questões, eles tiram dúvidas e orientam sobre problemas comuns da comunidade’’, explicou José Mário.

Desde 2017, a Coordenação de Políticas Públicas LGBT já obteve muitas conquistas no município, como a formação de uma equipe capacitada para atender a variadas demandas de seu público. Entre seus serviços, podemos destacar, por exemplo:

  • Orientação jurídica para requalificação do nome social.
  • Encontros com cartoriantes para entender a demandas do público trans de Vitória da Conquista;
  • Assistência psicológica;
  • Parceria com a equipe Ronda Maria da Penha;
  • Orientação e encaminhamento para acolhimento do público trans na Delegacia da Mulher – DEAM;
  • Seminário do Maio da Diversidade;
  • Oficinas com universidades, escolas e empresas para sensibilização das politicas LGBTs no Brasil e na Bahia.

Violência – A cada 25 horas, um LGBT é barbaramente assassinado vítima da “LGBTfobia” no Brasil. O índice faz do Brasil o campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. “Matam-se mais homossexuais aqui do que em 13 países do Oriente e África em que há pena de morte contra os LGBT”, diz o relatório de 2016 do Grupo Gay da Bahia.

Homossexualidade não é doença – Desde 1973, a homossexualidade não é classificada como perversão ou distúrbio pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975, a Associação Americana de Psicologia aprovou uma resolução que dava apoio a essa decisão e retirou do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a homossexualidade do rol de transtornos psicológicos.

No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Medicina retirou da lista de transtornos a classificação “homossexualismo”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) excluiu, em 1991, a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a Saúde (CID 10).